O Observador Cetelem revela dados sobre hábitos de gestão do orçamento familiar através de um inquérito realizado aos portugueses no âmbito do Dia Mundial da Poupança e da Literacia, que se assinala a 31 de outubro.
PORTUGUESES AVALIAM MELHOR A SUA SITUAÇÃO PESSOAL DO QUE A DO PAÍS
Face a junho deste ano, os portugueses parecem ter melhorado a avaliação que fazem da sua situação pessoal e da situação do país. Há três meses a maioria dos inquiridos avaliava a sua situação com uma média de 5,58 em 10 - 44% avaliava a sua situação como negativa e, em setembro, apenas 40% dos inquiridos avaliou negativamente a sua situação pessoal.
No que respeita a avaliação do país, a subida foi menos acentuada e está com uma média de 5,7 pontos em 10. Cerca de 48% dos portugueses manifestam uma opinião negativa face à situação em que o país se encontra, contudo, em junho, a avaliação relativamente a este tópico era mais negativa (54%).
Para os próximos meses, e até ao final deste ano, os portugueses pareciam estar a estabilizar os níveis de confiança, com a situação pessoal para os próximos três meses ter uma média de 5,86 e a situação do país, mantém-se mais abaixo com 5,47.
AUMENTA O CONHECIMENTO SOBRE RENDIMENTO E DESPESAS MENSAIS
Mais de metade dos portugueses sabe aproximadamente o valor do rendimento mensal do seu agregado familiar (54% - uma descida de 5 p.p.), ao passo que 35% dos inquiridos chegam a referir que sabem exatamente qual o valor que dispõem, um aumento de 6% face a 2019.
Apenas 11% não fazem qualquer ideia sobre qual o valor do rendimento mensal do seu agregado. Relativamente às despesas fixas, apenas 26% sabem o valor que totalizam, sendo que, 63% apenas sabe o valor aproximado.
66% DOS PORTUGUESES FAZEM UM ORÇAMENTO FAMILIAR
Questionados sobre se fazem um planeamento do orçamento familiar, 66% revela que sim, um aumento de 8% face a 2019. Por outro lado, 30% não tem este hábito, sendo normalmente os jovens (36%) e os mais velhos (38%) a optarem por não o fazer.
Se compararmos por regiões, verifica-se que os portugueses que residem nas regiões Norte (72%) e Centro (77%) são os que mais provavelmente planearão um orçamento.
As despesas mensais fixas e as diárias continuam os principais “destinos” do Orçamento Familiar, sendo que as primeiras são as que mais pesam na disponibilidade financeira das famílias (para 11% dos inquiridos pesa entre 50%- 75%; para 57% entre 25% e 50%; para 23% menos de 25%). Já as despesas diárias representam para 50% menos de 25% do orçamento.
AUMENTA A PERCENTAGEM DE PORTUGUESES QUE TÊM A PREOCUPAÇÃO DE POUPAR
A maioria dos portugueses revelam uma maior preocupação em poupar (75% face 47% em 2019). Uns poupam sempre que possível e quando sobra dinheiro (50%), outros poupam de acordo com o pagamento de subsídios de natal/ férias (9%); e 15% revela que poupa mensalmente. Os jovens são os que menos poupam (59%).
Contudo, apesar de os portugueses estarem a poupar mais, também aumentou a percentagem daqueles que o fazem apenas sempre que é possível, ou seja de forma esporádica. Em 2019 eram apenas 11% dos portugueses a poupar esporadicamente, havendo mais tendência para pouparem mensalmente (22%).
AS PROMOÇÕES CONTINUAM A PRINCIPAL FORMA DE POUPANÇA
A procura pelas promoções continua a ser a principal forma de poupança para 83% dos portugueses. Em 2019 apenas 31% estavam atentos às promoções.
Cinquenta por cento utiliza cupões/cartões de desconto. Comparando com 2019, também há mais portugueses que optam por tomar o pequeno almoço mais vezes em casa (46% face a 19% em 2019); que escolhem levar o almoço para o trabalho (33% face a 18% em 2019); e que optam por transportes públicos (19% face a 8% em 2019).
Os portugueses que estão mais atentos às promoções encontram-se entre os 45 e 54 anos (90%) e entre os 55 e os 64 anos (87%). Os mais jovens são os que optam mais pelos transportes públicos (29%).
37% DOS PORTUGUESES PREPARAM A REFORMA
O método mais usado continua a ser o depósito numa conta a prazo (17% vs 16% em 2019).
Onze por cento dos portugueses recorrem a Planos de Poupança Reforma, 5% ao mealheiro tradicional (uma descida de 2% face a 2019) e 3% aos investimentos em produtos bancários como ações.
Observa-se ainda uma subida na percentagem de portugueses que nada fazem para preparar a sua reforma – 63% em 2020 contra 61% em 2019.
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