Ninguém nasce ensinado, nem mesmo os pais. Educar significa decidir entre vários caminhos e são inúmeros os desafios que se colocam a pais e mães durante o crescimento dos filhos. A intuição não é suficiente e, por isso, nasceu o livro Coaching para Pais

 

Cristina Valente, psicóloga e especialista em coaching parental, é a autora. No manual, ensina estratégias práticas para uma educação que orienta sem impor, que estabelece regras fundamentais, que não é permissiva mas que exercita a autoridade e não o autoritarismo.

 

1. Há algum segredo na base de um bom pai/mãe?

O segredo é tomar consciência de que não se nasce pai nem mãe e que a intuição não é suficiente. Bons pais são os que não desistem de crescer juntos com os seus filhos!

 

2. Como é que os pais podem saber se estão a dar a melhor educação possível aos seus filhos?

Quando os seus filhos se tornam pessoas responsáveis, positivas, resilientes, solidárias, tolerantes, criativas e generosas. Não existe boa ou má educação: existe educação eficaz ou ineficaz.

 

3. Existe um modelo de educação correto?

Sim, no mundo de hoje que “respira” democracia a educação mais eficaz é a democrática, pois é a “linguagem” que as crianças entendem. Democracia não significa falta de regras, mas sim regras que satisfaçam ambas as partes (pois são essas as mais eficazes).

 

4. Que tipo de vontades é que os pais podem ou não podem incutir nos filhos?

Falemos antes em “competências” e em “valores” em vez de vontades. As competências que os pais devem incutir nos filhos são as que os tornem adultos responsáveis e felizes. Quanto aos valores, diferem de família para famílias mas a verdade é que são mais ou menos universais. Os pais não podem ter medo de incutir nos filhos os seus valores. Os valores são inegociáveis!

 

5. Pai e autoridade não são sinónimos, pois não?

Pai e autoridade só são sinónimos se o filho olhar para o pai como um modelo, um exemplo positivo. Autoritarismo é algo diferente: trata-se de um estilo baseado no poder e na força do adulto, que já não é eficaz nos dias de hoje. E, pior, que as crianças não respeitam.

 

6. Como é que um pai sabe se está a exigir demais ou o contrário?

Quando a criança se porta mal. O mau comportamento é um indicador de que estamos a ser controladores e autoritár ios ou, por outro lado, negligentes ou permissivos. Uma criança que cresce num ambiente de respeito tende a portar-se mal com menos intensidade e menos frequência.

 

7. Um pai ou uma mãe também se cansam?

Claro! São seres humanos e educar uma criança é uma tarefa desgastante! Quando os pais deixarem de sentir culpa por não serem Super Pais ou Super Mães, as crianças irão respeitá-los mais e manipulá-los menos.

Biografia da autora

 

Cristina Valente, psicóloga formada pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada, ex-jornalista e apresentadora de televisão, interessou-se pela Educação Parental e pela sua aplicação prática nos dias de hoje.

 

A sua paixão pelo ser humano e, muito especialmente, por aqueles que são Pais e Crianças, levou-a a orientar a sua carreira profissional para a área do Aconselhamento Parental.

 

Fascinada pela abordagem adleriana, comprova (quase) diariamente com os seus dois Filhos os fantásticos resultados de uma educação positiva e democrática. Intervém junto de Pais realizando consultas ao domicílio (In Home Visits), um conceito inédito em Portugal.

 

Como Formadora Certificada na Área Comportamental realiza também workshops de competências parentais em colégios, escolas, empresas, bibliotecas, etc. É oradora em palestras sobre desenvolvimento e comportamento infantil para pediatras e enfermeiros pediátricos e facilitadora na criação e dinamização de grupos de apoio para pais.

 

Já teve a oportunidade de divulgar o seu trabalho em programas televisivos e de rádio, sendo também autora de artigos em revistas especializadas. Foi responsável pelo projeto de formação parental “Como Educar Crianças Responsáveis e Positivas” que integrou o Plano Nacional de Leitura em 2008, como resposta ao convite feito pela sua Comissária, a escritora Isabel Alçada.

 

Entre 1991 e 2001 foi jornalista e editora nas áreas da Educação e Cultura na R.T.P., R.T.P. Açores e Canal de Notícias de Lisboa (atual SIC Notícias). De 2001 a 2012 trabalhou como consultora na Portugal Telecom e ZON nas Áreas de Formação, Desenvolvimento e Responsabilidade Social.

 

Tendo constatado, na sequência da sua prática de counselling, que a falta de tempo é a causa da maioria dos desafios que os Pais enfrentam, é atualmente Mentora de Famílias num projeto de Home Business que permite aos Pais poderem ter uma maior qualidade de vida e dedicarem mais tempos aos seus Filhos.

 

Por SAPO Crescer