Depois do entusiasmo ou do receio que geralmente marca o regresso às aulas, os meses que se seguem são determinantes para avaliar a integração da criança. Quando lhes perguntamos se está tudo a correr bem, a maioria dos nossos pequenos estudantes responde afirmativamente. Mas, na realidade, bem vistas as coisas, nem sempre é assim! Esteja, por isso, particularmente atento.

Pode estar perante um problema de integração, se o seu filho demonstrar alguns destes comportamentos:

- Se mostra deprimido, irritado e nervoso
- Tem pesadelos
- Tem perda de apetite
- Baixa o aproveitamento escolar
- Usa queixas constantes (dores de cabeça ou mal-estar) para não ir à escola
- Muda de comportamento, maneira de vestir e tipo de conversas
- Mostra sinais de isolamento ou fecha-se muito no quarto

O que fazer em caso de problema

Caso identifique alguns destes comportamentos no seu filho, deve procurar de imediato ajuda especializada e, em simultâneo, fazer uma autoanálise. Muitos especialistas acusam os pais de pressionar demasiado os filhos em casa nos dias que correm, uma pressão que acresce à que, muitas vezes, também sentem na escola. «Queremos ser pais perfeitos e cheios de sucesso», refere Cristina Valente, especialista em coach parental.

«Mas toda essa pressão esmagadora nada mais é do que a compreensão pela nossa falta de disponibilidade e elevados níveis de stresse! Chamamos-lhe, para disfarçar, encorajamento ou apoio», critica a também autora do livro «O que se passa na cabeça do meu filho?», publicado pela editora Manuscrito, «um guia para entender os comportamentos de oposição, decifrar silêncios e aprender a comunicar com os nossos filhos», como o descreve.

«Os pais querem filhos super-estrelas, expondo-os, por isso, a uma espécie de sufoco emocional. O problema é que as crianças estão muito conscientes disso e do facto de não estarem a conseguir alcançar o estatuto de perfeitas», critica a especialista, que aconselha os pais a encorajar os filhos «a tomarem um maior controlo sobre a sua própria vida» para as libertar dessa pressão, adotando as seguintes regras:

- Ofereça um leque de opções em vez de lhe dizer o que está certo ou o que tem de fazer. Aceite que ela possa ter formas diferentes da sua de ver, de fazer as coisas e de resolver os problemas.

- Aceite o facto de que as dificuldades que têm são mesmo reais para eles. Não se precipite logo a ajudá-los nem os trate como bebés.

- Não preencha os seus dias só com atividades. Deixe a criança brincar mais e focar-se nos seus talentos inatos.

- Melhore a qualidade do (pouco) tempo que passam juntos. Quando estiver com eles, desligue o telemóvel e deixe o computador e/ou o tablet em casa ou no quarto, também desligado. O impacto na relação com o seu filho será imediato e profundo.