Normalmente na infância, depois do rápido crescimento enquanto bébés com apetites quase devoradores, as crianças passam por uma fase em que a velocidade de crescimento abranda e com isso o apetite também diminuiu. Mas para algumas crianças para além do apetite diminuir, os gostos mudam drasticamente e muitas vezes passam semanas a querer comer só 1 ou 2 alimentos: o que gostavam numa semana podem deixar de gostar na semana seguinte.
É uma dor de cabeça para os pais, porque se preocupam que as crianças não se estejam a alimentar da forma mais saudável e por vezes as refeições são autênticos malabarismos entre recompensas ou castigos, choradeira e muito stress. Alguns truques para lidar com “picky eaters”:
1. Refeições em ambiente familiar
A refeição deverá ser feita em ambiente familiar e deve ser igual para todos os elementos da família, mas tente incluir pelo menos 1 alimento que o seu filho goste.
2. Evitar guerras à mesa
As crianças têm, durante a infância, a capacidade de ajustar a ingestão energética necessária para suprir as suas necessidades, por isso pressionar para comer, pratos muito cheios ou castigos se não comerem pode tornar a hora da refeição num verdadeiro stress e piorar a relação das crianças com a comida.
3. Não recompensar com doces
Evitar recompensar com produtos alimentares que as crianças gostem (normalmente doces) à ingestão de alimentos que não gostem, pois as crianças associarão os alimentos que não gostam a “castigo”.
4. Várias tentativas
A introdução de novos alimentos ou a reintrodução de alimentos que as crianças dizem não gostar deve ser feita em pequenas quantidades, em refeições que também têm alimentos que gostam, e várias vezes, com alguns dias de intervalo (pode ser necessário tentar 10 a 15 vezes). Os gostos adquirem-se pela repetição, mas sem forçar.
5. Cumprir horários das refeições
É importante manter uma rotina alimentar, com horários certos e evitar snacks antes das refeições, para as crianças não irem para a mesa sem “fome”.
6. Mini-chefs
As crianças podem e devem participar na realização das refeições, e se as tornarmos mais coloridas, divertidas e apelativas será mais fácil levá-las a provar e experimentar novos alimentos.
Não esquecer que esta é uma fase normal do desenvolvimento das crianças, em que é necessária uma dose extra de paciência. O apetite normalizará, mas de qualquer maneira deverá sempre falar com o seu pediatra/nutricionista, para ir acompanhamento o desenvolvimento do seu filho e garantir que não existem défices nutricionais.
Os conselhos são da nutricionista Carla Rodrigues Ferreira.
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