O ato de mamar é suficiente para satisfazer o desejo básico de sucção de qualquer bebé. Sabe-se que é fundamental para o desenvolvimento da mandíbula e outros ossos da cara, dos músculos de mastigação, da oclusão dentária e de uma respiração saudável. Mas que dizer da chucha que, como nota um artigo do site Dicas de Mulher, já é um hábito cultural?
Será mesmo importante para acalmar o bebé? Acarreta riscos para a saúde da criança? A médica Tatiana Miranda, coordenadora das urgências infantis do Hospital Leforte, em S. Paulo, traça uma breve história deste objeto milenar: “Documentos dos séculos II e IV referem o uso de objetos açucarados ou melados, dados a bebés para acalmá-los. Ao longo do tempo, estes objetos foram aperfeiçoados até ganharem a forma da chucha que hoje conhecemos”.
A especialista aponta alguns benefícios da chucha: ajuda a antecipar o início da alimentação oral em prematuros; reduz o stress dos bebés quando sujeitos a procedimentos dolorosos (como tirar sangue) e estimula a sucção em crianças com doenças neurológicas. Tatiana Miranda diz que o ambiente e a relação familiar influenciam o período de tempo em que a criança usa chucha. “A maioria dos profissionais desencoraja-o, mas se for para usar, que seja até ao primeiro ano de vida do bebé”, afirma.
Segundo a médica, há várias razões para abolir este acessório da vida do bebé.
- Desregula os horários de amamentação e induz ao desmame (confunde o bebé)
- Diminui o período de aleitamento materno
- Pode causar asfixia, intoxicações ou alergias
- Aumenta o risco de cáries, infeções e parasitoses
- Provoca problemas de dentição e fala, principalmente se a utilização se prolongar para além dos 3 ou 4 anos.
Então, como ajudar o bebé a deixar a chucha?
A pediatra diz que o ideal é a criança deixar a chucha sozinha. “A sua necessidade de chupar algo deveria diminuir naturalmente com o crescimento”, defende. Mas deixa algumas dicas para os pais.
- Quando o bebé pedir a chucha, arranje algo que a substitua.
- Se a criança puser a chucha quando está aborrecida, encontre uma atividade mais estimulante, por exemplo, “faça caretas engraçadas para a distrair”.
- Se perceber que a chucha estás a servir de consolo, ou como meio de acalmar o medo, tente que a criança explique o que se passa – “conforte-a de outra maneira, por exemplo com beijos e abraços”.
- No caso das crianças mais pequenas, embale-as em vez de lhes dar a chucha.
- Ponha música. “Um estudo demonstrou que o uso de música associado ao leite materno tem um efeito calmante superior ao uso chucha durante procedimentos dolorosos no hospital”, defende a pediatra.
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