Farmácias Portuguesas
Esta doença é uma inflamação da parte terminal do aparelho respiratório (bronquíolos) e geralmente é causada por uma infeção vírica. No nosso país é extremamente comum, com um claro pico de incidência entre janeiro e fevereiro. É uma causa frequente de internamentos, particularmente em crianças pequenas e, na maior parte dos casos, não é uma doença muito grave (embora haja exceções, principalmente quando estão presentes fatores de risco tais como a prematuridade, o baixo peso ao nascer, algumas doenças crónicas e o convívio com outras crianças).
Afeta crianças até aos dois anos de idade e caracteriza-se por uma combinação variável dos seguintes sinais e sintomas:
- dificuldade respiratória
- chiadeira a respirar (espécie de «assobio» que se ouve na expiração, também designado por pieira)
- tosse
- dificuldade na alimentação
- apneias (paragens respiratórias), particularmente em bebés pequenos
- febre, geralmente não muito alta
Para o seu diagnóstico não é necessário realizar qualquer tipo de análises ou radiografia, pois os sintomas e a auscultação são bastante característicos.
Os critérios de internamento para esta situação são os seguintes:
- falta de oxigénio no sangue
- dificuldade respiratória significativa
- bebés pequenos (abaixo dos 3 meses de idade)
- dificuldades na alimentação
Relativamente ao tratamento, é um tema que gera sempre alguma controvérsia. Atualmente, as recomendações das sociedades científicas defendem apenas a administração de oxigénio quando os níveis deste gás no sangue estão baixos. As nebulizações e os medicamentos que eram utilizados até há alguns anos são cada vez mais desaconselhados, pelo que a sua utilização deve ficar restringida apenas a casos particulares.
Assim, não existe propriamente tratamento para as bronquiolites, pois são uma infeção vírica e acabam por passar com o tempo. Nem sempre é fácil passar esta mensagem, mas são estas as recomendações mais recentes.
Consultório
[Dulce Loureiro]
Tenho um bebé com oito meses e desde os cinco as noites estão cada vez mais complicadas. Antigamente, para ele adormecer dávamos umas sapatadinhas no rabinho, coisa que agora já não faço para que aprenda a adormecer sem qualquer tipo de muleta. Tudo isto começou na altura em que surgiram os dentinhos. Neste momento tem cinco dentes, com o sexto a caminho. As noites são muito difíceis, pois temos de nos levantar imensas vezes para o acalmar (chupeta, dar uma virada, dar água). De dia dorme cada vez mais a sesta em prestações e há dias em que são mesmo escassas!
Nunca adormeceu ao colo, dormiu sempre na cama dele. Já tentei o método de não pegar nele e falar suavemente para o acalmar, já tentei ir ao quarto em intervalos de tempo constantes para o mesmo efeito, sigo uma rotina antes de dormir (janta, brinca, toma banho, leitinho e cama, geralmente ainda acordado). Sinto-me perdida e desorientada pois não sei o que mais tentar.
Pela sua descrição, penso que já estão a ter uma boa rotina, incluindo a preocupação de tentar que ele adormeça sozinho. Nestes casos pode ajudar tentar que ele durma uma pequena sesta ao fim da tarde, uma vez que o sono do dia é um regulador do sono da noite, pois o cansaço interfere com o sono profundo. Acho que deviam experimentar.
[Catarina Oliveira]
A minha filha tem cinco meses e meio, já se senta com apoio e tenta levantar a cabeça quando está deitada, como se estivesse a tentar sentar-se. No entanto, reparei que quando sentada ou quando estou com ela ao colo em posição vertical, tem tendência para inclinar o pescoço para o lado direito. É de referir que ela move o pescoço perfeitamente bem para ambos os lados. Qual é a sua opinião? Fiquei um pouco preocupada porque tenho receio que possa afectar o equilíbrio para se sentar sem assistência.
Se inclina o pescoço para um dos lados pode ser um torcicolo, pelo que era importante falar ao seu médico na próxima consulta, para ele observar. O facto de mexer o pescoço para os dois lados torna essa opção menos provável, mas acho que era importante uma observação médica.
Pergunte ao pediatra:
O Dr. Hugo Rodrigues responde.
Texto de Hugo Rodrigues (Pediatra)
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