Quais os cuidados a ter nos dias que correm, assim que chega o verão?
A chegada do verão e dos dias quentes são um incentivo à prática de actividades de outdoor, como nadar, caminhar ou ficar simplesmente a absorver os raios de sol numa esplanada ou na praia. No entanto, sabe-se, nos dias de hoje, que uma exposição prolongada ou inadequada ao sol pode provocar não só um envelhecimento prematuro, como também problemas mais sérios, como por exemplo melanoma.
Como exemplo de cuidados a ter na altura do verão podemos referir:
1. Evitar a exposição directa ao sol do meio-dia (entre as 11h e 15h).
2. Lembrar que as superfícies, tais como areia, água e vários tipos de pavimentos podem refletir até 85% dos raios solares, pelo que se deve aplicar protecção solar, mesmo quando não há exposição directa aos raios solares.
3. Aplicar protector solar em quantidades generosas, sem esquecer nenhuma zona (como as orelhas e os pés, por exemplo). Nunca esquecer de aplicar protector solar nos lábios.
4. Reaplicar o protector solar frequentemente, especialmente depois de suar, nadar ou secar-se com uma toalha.
5. Não usar o protector solar que sobrou do ano passado. Com o passar do tempo, e devido à acção da temperatura ambiente, o índice de protecção pode diminuir. Verifique na embalagem o prazo de validade após abertura da embalagem ou compre um protector solar novo para cada época balnear.
6. Não nos devemos deixar enganar pelos dias nublados, uma vez que as nuvens apenas dificultam a passagem dos raios infra-vermelhos, os raios ultra-violetas continuam a chegar até à superficie e a produzir os seus efeitos nefastos.
7. Hoje em dia é comum ouvir falar no índice de radiação UV na rádio ou nas notícias. Esteja atento. Nos dias com maior índice UV aumente a protecção da pele e não se esqueça dos óculos de sol. Estes devem ter protecção UVA e UVB, de forma a filtrar pelo menos 80% dos raios solares.
Perante este quadro, como seleccionar o protetor ideal?
Para escolher o Factor de Protecção Solar (FPS) mais adequado deve ter em conta o tipo de pele, o destino de férias, os pré-requisitos sazonais e o modo como a pele reage à exposição solar.
A forma mais simples para conhecer o FPS mais apropriado é fazer o seguinte exercício: se conseguir estar ao sol durante dez minutos antes da pele ficar vermelha, tem um tempo de “auto-protecção” de cerca de 10 minutos.
Se multiplicar o tempo da auto-protecção (protecção natural da pele) pelo nível de FPS de um produto, pode determinar o período máximo de tempo que poderá estar exposto ao sol, sem apanhar um escaldão (eritema/ vermelhidão provocado pelo sol). Tal significa que, se um indivíduo possuir um tempo de auto-protecção de 10 minutos e usar um FPS6, o seu tempo de exposição solar, para evitar uma queimadura, não deve exceder os 60 minutos. Assim que o tempo de protecção termine, o protector solar deverá ser reaplicado.
O fator mínimo para uma proteção adequada é o FPS15, aplicando o filtro generosamente sempre 20 a 30 minutos antes de se expor ao sol e reaplicando a cada 2 horas ou após suar, nadar ou secar-se com uma toalha.
Entretanto, como o FPS é determinado em laboratórios, sob condições ideais, é recomendado considerar uma margem de segurança, sendo recomendada a utilização de um filtro solar com FPS igual ou maior a 30.
Há diferenças entre o sexo masculino e o feminino?
No que diz respeito à protecção solar, os critérios diferenciadores não é o tipo de pele, (oleosa, mista ou sensível), mas sim o fototipo, independentemente do sexo. Quanto mais claro for o tom de pele (fototipo 1 e 2) mais alto deve ser o factor de protecção solar.
Os homens reúnem alguns factores de protecção adicionais como é o caso dos pêlos nas pernas ou no peito, mas tal não significa que não necessitem de utilizar protecção solar. Por norma, o sexo masculino prefere protectores solares em spray, por serem mais fáceis de aplicar.
O rosto merece um cuidado especial?
O rosto requer cuidados especiais, na medida em que é a região do corpo mais sensível, mais exposta durante todo o ano e sujeita a manchas e rugas prematuras. Por isso, é uma das zonas onde o cuidado com o sol deve ser redobrado, através da escolha de um protector solar com FPS mais elevado.
Adicionalmente, sabe-se que a exposição solar é uma das principais causas do envelhecimento precoce da pele do rosto, promovendo o aparecimento de rugas, manchas e perda de firmeza. Igualmente sensível é o pescoço, embora esta zona costume ser frequentemente descurada nos cuidados de beleza.
A protecção destas zonas particularmente sensíveis deve ser garantida ao longo de todo o ano, pelo que o hidratante diário escolhido deve incluir um filtro solar.
As idas ao dermatologista são fundamentais para prevenir problemas futuros?
A escolha de produtos como o protetor solar pode parecer simples, mas, na verdade, envolve muitos detalhes. Cada pele tem características individuais que devem ser respeitadas, e a escolha incorrecta do protector solar pode levar ao desequilíbrio das peles mais sensíveis ou com características particulares. A visita regular a um dermatologista, e a sua orientação, ajudam não só a encontrar os produtos mais adequados a cada tipo de pele e características individuais, como pode evitar muitos problemas de pele. Como diz a Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venerologia: “Com quase 2m2, a pele é o maior orgão do corpo humano. O dermatologista conhece cada centímetro.”
Considera que os portugueses estão bem informados sobre os males da exposição solar excessiva?
Cada vez mais surgem campanhas de sensibilização para o tema da exposição solar e da correcta protecção contra os efeitos nocivos da mesma. Sem dúvida que temos vindo a assistir a uma mudança de mentalidades e comportamentos. O conceito que uma pele extremamente bronzeada é sinónimo de beleza já está ultrapassado e, hoje em dia, as pessoas preocupam-se em obter um tom bronzeado sem descurar a saúde da pele.
A alteração da legislação, que regula a informação nas embalagens dos protectores solares e nas mensagens publicitárias, tem também contribuído para que todos os amantes do sol possam decidir em consciência.
A moda de estar bronzeado é um incentivo. Como colmatar esta tendência?
Hoje em dia existem várias opções para obter o tão desejado tom bronzeado, sem que tenhamos que nos expor directamente ao sol.
Os auto-bronzeadores são, por exemplo, uma boa solução. Tratam-se de cremes ou loções com substâncias que provocam uma reação química na pele, escurecendo-a. Esta reação provoca a pigmentação da camada mais externa da pele (camada córnea), dando uma cor semelhante à do bronzeado. Estes produtos não estimulam a produção da melanina (pigmento que dá a cor natural da pele), ou seja, não bronzeam mas tingem a camada córnea, permitindo obter uma coloração semelhante ao bronzeado.
Recomenda-se experimentar o auto-bronzeador numa pequena parte da pele para ver se a cor obtida é a desejada, e, se sim, aplicar no resto do corpo. O produto deve ser reaplicado em intervalos que variam de dois a cinco dias para manutenção da cor.
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