A 'rainha do rock'n roll' Tina Turner, que morreu hoje aos 83 anos de doença prolongada, deixa um enorme legado para o mundo, a sua música, e uma forte inspiração para gerações futuras.

Turner morreu esta terça-feira, após doença prolongada, na sua casa em Küsnacht, perto de Zurique, na Suíça, de acordo com o seu empresário.

O seu nome verdadeiro era Anna Mae Bullock, nascida em 26 de novembro de 1939 em Nutbush, no Estado norte-americano do Tennessee.

"Com a sua música e a sua paixão sem fim pela vida, ela encantou milhões de fãs ao redor do mundo e inspirou as estrelas de amanhã. Hoje despedimo-nos de uma querida amiga que nos deixa a sua maior obra: a sua música", pode ler-se no Instagram da cantora.

Tina Turner, que afirmou um dia não ter medo de envelhecer, disse ao Guardian em abril que esperava ser lembrada como a "rainha do rock'n roll".

Esta foi uma aposta amplamente ganha, visto que esta alcunha surge em muitas das homenagens à carismática artista.

A tristeza um pouco por todos os Estados Unidos foi partilhada também pela Casa Branca, que saudou um "ícone" da música, lamentando "uma perda imensa".

Até a NASA prestou homenagem à "lenda da música Tina Turner [que] brilhou no palco e no coração de milhões" de fãs.

Tina Turner estreou-se aos 16 anos com o grupo de blues 'Kings of Rhythm' daquele que seria o seu marido até 1978: Ike Turner.

É com ele e 'The Ike and Tina Turner Revue' que a cantora começará a alcançar uma certa fama ao se tornar uma das formações negras mais populares dos Estados Unidos na década de 1960.

Em 1966, Ike e os seus músicos realizaram a primeira parte da digressão britânica dos Rolling Stones, abrindo as portas do sucesso na Europa para o casal.

Tina Turner sobreviveu ao 'terrível' casamento para triunfar ao longo de décadas. Fisicamente agredida, emocionalmente devastada e financeiramente arruinada pelo seu relacionamento de 20 anos com Ike Turner, tornou-se uma superestrela a solo aos 40 anos, numa época em que a maioria dos seus pares estava em declínio.

Depois de atravessar o deserto, Tina Turner chegaria ao topo na década de 1980, com destaque para o álbum "Private Dancer".

Com admiradores que vão de Beyoncé a Mick Jagger, Turner foi uma das artistas mais bem-sucedidas do mundo, vendendo mais de 150 milhões de discos em todo o mundo.

Conquistou 12 Grammys, foi eleita juntamente com Ike para o 'Rock and Roll Hall of Fame' em 1991 e sozinha em 2021, de acordo com a Associated Press (AP).

A sua vida serviu como base para um filme, um musical da Broadway e um documentário da HBO em 2021, que a própria considerou ser uma despedida pública.

Quando questionada pelo Guardian qual seria o seu superpoder, Tina Turner respondeu: "Talvez todos aqueles espetáculos a solo que fiz com saltos de quinze centímetros!".

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