Rami Malek, o ator americano de ascendência egípcia e grega de 37 anos, filho de um antigo guia turístico e de uma contabilista, está em alta com a estreia ibérica de "Bohemian rhapsody", o filme onde interpreta o mítico vocalista dos Queen, Freddie Mercury, no cinema. Um papel que inicialmente esteve para ser atribuído ao comediante Sacha Baron Cohen mas que, por divergências artísticas, lhe veio parar às mãos.

"Não canto, não toco piano, não tenho nenhuma das qualidades daquele que foi provavelmente o melhor intérprete de rock da história mas, quando nos oferecem o papel da nossa vida, desistir não é opção", justificou em entrevista ao jornal espanhol El Mundo. Depois das recusas de Tom Hooper e David Fincher, o realizador Bryan Singer avançou com o projeto mas, devido às suas múltiplas ausências, acabaria por ser despedido.

Nos últimos 16 dias de gravações, foi Dexter Fletcher a assumir os comandos. "Imagino que o Freddie, onde ele está, a rir-se destes revezes todos mas julgo que, no fim de contas, nos daria a sua benção. O Brian May [guitarrista da banda] mandou-me no outro dia um e-mail onde me dizia que, se fosse vivo, [Freddie Mercury] ficaria cheio de calores por estar a ver o seu rosto estampado em todos os autocarros de Londres", disse ainda.

"Toda a sua vida foi uma luta por ser ele próprio"

Fã do cantor, Rami Malek elogia a força da personalidade do intérprete de êxitos como "I want it all" e "We will rock you". "Pouca gente sabe que só chegou a Londres com 18 anos, que nasceu no protetorado de Zanzibar e que passou a sua adolescência num internato em Bombaim [na Índia]. Deve ter-se sentido um alienígena quando chegou a esta cidade. Foi-lhe muito difícil encontrar o seu lugar [no mundo]", acredita.

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Para o ator, que ganhou maior protagonismo depois de desempenhar o papel de um hacker solitário em "Mr. Robot", humanizar a figura do ícone musical foi um desafio constante. "Quis tirar o Freddie do pedestal de deus do rock e abrir uma janela para a sua alma", confidencia Rami Malek.

"Toda a sua vida foi uma luta por ser ele próprio. Primeiro, pela sua condição de emigrante, depois por romper fronteiras como artista e, por fim, pela sua própria identidade sexual", refere ainda.