"O primeiro rascunho era muito diferente. Tinha 800 páginas, agora só tem 400. Poderiam ter sido dois livros. O mais difícil foi tirar coisas", disse Harry, numa entrevista publicada esta sexta-feira no jornal The Telegraph.
"Aconteceram coisas, principalmente entre o meu irmão e eu e, até certo ponto, entre o meu pai e eu, que não quero que o mundo saiba. Porque acho que nunca me perdoariam", confessou o príncipe.
O livro, intitulado "Spare", foi lançado na última terça-feira e teve um sucesso fulgurante. Ninguém na biografia é poupado às críticas de Harry, muito menos William, herdeiro do trono britânico, e quem define como p "melhor inimigo".
Harry disse que decidiu trazer ao de cima as suas feridas não para "afundar" a monarquia, e sim porque considerava que cabia a ele tentar mudá-la para proteger os filhos de William. "Sei que, destas três crianças, pelo menos uma acabará como eu, o substituto, e isso preocupa-me", declarou na entrevista, feita antes do lançamento do livro na Califórnia, onde vive.
"Não se trata de tentar afundar a monarquia, e sim de salvá-la de si mesma", ressaltou Harry. “Sei que serei crucificado por muitos ao dizer isto”, reconheceu, acrescentando que, apesar de tudo, deseja reconciliar-se com a família.
O príncipe também se dirigiu diretamente à família real e pediu-lhe que pedissem desculpa à sua mulher, Meghan, "porque eles sabem o que fizeram. Então reconheçam, e poderemos seguir em frente". O Palácio de Buckingham não reagiu à publicação do livro.
Harry já havia acertado contas com o irmão numa série polémica lançada na plataforma Netflix em dezembro.
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