Embora escape da ameaça de um processo civil por agressão sexual a um menor, André foi privado das suas honras militares em janeiro, o grande orgulho dos membros da família real britânica, e outras honras para proteger a imagem da monarquia.

O duque de York, de 61 anos, celebrado como "herói" da Guerra das Malvinas (1982) da qual participou aos 22 anos como piloto de helicóptero, viu a sua fortuna cair em desgraça devido à amizade com o financeiro americano Jeffrey Epstein.

Em agosto passado, a americana Virginia Guiffre, de 38 anos, acusou-o de a têr agredido sexualmente três vezes em 2001, quando esta tinha 17 anos, por intermédio de Epstein, condenado por abuso de menores, que se suicidou na prisão em agosto de 2019.

O duque de York nega estas acusações.

Com a perspectiva de que em breve seria interrogado, duas massagistas contaram nos últimos dias aos tablóides britânicos as suas experiências com André. Uma delas, Emma Gruenbaum, descreveu-o como um "homem repugnante".

O filho favorito

Em novembro de 2019, André tentou defender-se sobre p seu relacionamento com Epstein numa entrevista televisiva concedida à BBC que foi um verdadeiro fiasco.

O príncipe, nono na linha de sucessão ao trono britânico, foi arrogante e não demonstrou compaixão pelas supostas vítimas de Epstein. Explicou que o financeiro tinha permitido que conhecesse pessoas interessantes e simplesmente considerou o comportamento do amigo como "inadequado".

A entrevista causou tanta polémica que o levou a anunciar naquele ano que se ia retirar da vida pública, uma decisão humilhante e extremamente rara para um membro da família real.

Nascido a 19 de fevereiro de 1960 no Palácio de Buckingham, dez anos depois da sua irmã, a princesa Anne, André é o terceiro filho da rainha Isabel II e do príncipe Philip. Uma criança tranquila cheia de entusiasmo, é considerado o "filho favorito" do monarca.

Durante a sua juventude foi um dos solteiros mais cobiçados e multiplicou conquistas antes de se casar com Sara Ferguson, em 1986. A rainha concedeu-lhe o título de duque de York.

Dessa união nasceram duas filhas, as princesas Beatrice (1988) e Eugenie (1990), mas o casamento não durou.

Apesar do divórcio, em 1996, André e Sara afirmaram ser sempre "os melhores amigos do mundo" e a Duquesa recentemente saiu em sua defesa.

Amizades perigosas

Após a separação, André foi visto com mulheres a fazer topless durante férias na Tailândia ou a participar numa festa com o tema "prostitutas e chulos" nos Estados Unidos.

Após 22 anos na Marinha Real, o duque de York tornou-se o representante especial do Reino Unido para o comércio internacional, mas foi criticado pelos seus elevados gastos às custas dos contribuintes.

Antes da revelação, em 2011, do vínculo com Epstein, as suas relações com o genro do ex-presidente da Tunísia Ben Ali, bem como com o filho do falecido ditador líbio Muammar Gaddafi e com um bilionário cazaque já eram vistas com maus olhos.

Uma foto mostra o príncipe André a abraçar uma muito jovem Virginia Guiffre, então conhecida pelo seu nome de solteira Roberts; em outra é visto a caminhar pelo Central Park com Epstein, em dezembro de 2010, um ano depois deste ter saído da prisão.

Esta relação foi "imprudente", reconheceu o príncipe.