Em "Remédio Santo" é casada com Renato (Rodrigo Meneses) e amante de Celso (Jorge Corrula). É fácil fazer par romântico com o namorado?

Sobre a minha vida privada não falo. Mas é sobre trabalho!

Trabalho com os atores igualmente. Quando estou a trabalhar, os atores são colegas, são personagens e faço o meu trabalho da melhor forma que sei.Tudo começou em 2005 em "Escrava Isaura", no papel da portuguesa Aurora Amaral. O que aconteceu nos últimos seis anos superou as suas expectativas?

Acho que foi um percurso muito agradável. Tive sempre objetivos alcançáveis e uma estratégia de trabalho bastante aberta e plausível. Acho que tive muita sorte e estou muito grata por as coisas terem acontecido desta forma.A estreia nas novelas em Portugal foi pela porta grande como protagonista de "Deixa-me Amar". No entanto, a vilã de "Flor do Mar" assentou-lhe como uma luva. Foi o papel mais marcante?

Em termos de novela, acho que sim. Foi uma personagem que gostei muito de fazer e acho que vivi mesmo aquela vida dupla. O que aconteceu com a Salomé é que a construção da personagem foi tão suave que ajudou o trabalho a ser mais marcante. Quando as coisas são fáceis e se fazem com prazer, saem melhor. Tudo naquele trabalho foi fantástico e isso ajudou a sair uma Salomé maravilhosa!Já fez teatro, televisão e cinema. Qual foi o momento alto da sua carreira?

Espero não ter atingido ainda esse momento. De todos os trabalhos que eu fiz, o que mais me agradou foi "Equador". Sinto que esse foi um momento alto para muitas pessoas e até mesmo para a TVI e para a ficção portuguesa. Tenho muito orgulho de ter participado.Nasceu em Nova Iorque onde viveu até aos cinco anos. É uma cidade onde volta regularmente? O que é mais irresistível em Nova Iorque?

Volto sempre que posso. O que é mais irresistível lá é a multi-cultura. Quando estou em Nova Iorque sinto que voltei ao meu berço, às minhas origens e isso para mim é irresistível. Em Portugal estudou no St. Julian's School. O ensino anglo-saxónico moldou-lhe a personalidade?

Moldou muito. A minha educação foi tão diversa e tive contactos com tanta coisa que me permitiu uma aprendizagem muito vasta. Quando comparo com os meus amigos que andaram nas escolas portuguesas, de facto não tiveram a mesma diversidade de conhecimentos que eu tive. Permite-lhe ser bilingue o que já é uma grande vantagem!

Sem dúvida, tudo isso enriquece. Sinto que me fez uma pessoa mais condescendente, mais culta e com sede de aprendizagem. Ter contactos com outras culturas diferentes logo desde criança dá outra vivência e outra personalidade.Que motivação a fez ir para Edimburgo estudar Biologia Médica?

O facto de ser uma das melhores universidades do mundo foi das coisas mais aliciantes para além de a Escócia ser um local maravilhoso. Como consegui entrar naquela universidade descartei logo as outras possibilidades todas. Gostei muito de tudo o que envolvia aquela escola, foram quatro anos da minha vida muito enriquecedores em que aprendi muito.Mesmo sabendo que não era aquilo que ia fazer para o resto da vida?

Nunca me senti contrariada. O facto de ser uma universidade excepcional, aliada à possibilidade de viajar e de viver noutro sítio, foi muito motivador.  A representação era uma vocação escondida desde criança? Foi por isso que decidiu ir para Londres estudar teatro na Arts Educational?

Desde pequenina tive sempre a semente de ser atriz. Mas, por razões óbvias, nomeadamente familiares, não me restou outra alternativa senão terminar o liceu e ir para a universidade. No último ano candidatei-me à melhor escola de teatro de Londres. Quando soube que tinha entrado foi o dia mais feliz da minha vida. A Biologia Médica ficou definitivamente arquivada no seu conhecimento?

Está completamente gravada na minha biblioteca mental onde há-de ficar para sempre.Quando não está a gravar, o que faz para se distrair?

Vou ao ginásio, ao cinema, ao teatro, leio, vou a exposições. Gosto de fazer coisas diversas mas sempre baseadas em conhecimento.Qual foi o último filme que viu?

Quem Tem Medo de Virginia Woolf? E peça de teatro?

Casamento em Jogo, no Teatro da Trindade.Onde vai passar férias este ano?

Com a novela vai ser difícil. Qual é o seu destino de sonho?

Era as ilhas Fiji mas já fui, já consegui realizar esse sonho, agora tenho de pensar noutro. Talvez a Patagónia.Prefere cidades ou praias com palmeiras?

Os dois destinos são igualmente interessantes.O que lhe arranca uma gargalhada?

Os meus sobrinhos.O que a comove?

O estado do nosso País.Um bom programa para fazer a dois?

Um bom jantar.É romântica?

Sou. O romantismo está nas pequenas coisas e nos pequenos gestos. Para mim romantismo é mostrar o amor que se sente pelo outro. Consigo ser romântica com a minha mãe, com o meu pai, com os meus amigos. Gosto de demonstrar o carinho que sinto pelas pessoas.Qual foi a melhor surpresa que já lhe fizeram?

Uma viagem.Já fez uma boa partida a alguém?

Já. Adoro pregar partidas. Eu e as minhas irmãs escondíamo-nos atrás das portas às escuras e pregávamos sustos às pessoas. É um bocadinho infantil mas ainda hoje adoro.É vaidosa?

Já fui. Quando era miúda tinha o quarto coberto de espelhos e passava horas a exibir-me à frente dos espelhos, por isso acho que já esgotei essa minha veia de vaidade.Um restaurante irresistível?

El Soeno, em Formentera.Uma pessoa?

A minha mãe.Uma palavra?

Felicidade.Uma cidade?

Nova Iorque.Lema de vida?

Ser feliz.A felicidade é o quê?

É tudo.

(Texto: Palmira Correia)

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