
Nuno Gomes esteve recentemente à conversa com Fátima Lopes, uma entrevista que foi transmitida esta terça-feira, dia 26 de fevereiro, no ‘Conta-me Como És’, da TVI.
Durante a mesma, um dos temas abordados foi a família, principalmente o pai, Joaquim Ribeiro, que morreu em 2010, tendo perdido a batalha contra o cancro.
Nuno Gomes recordou o progenitor com imensa saudade, após lembrar o Euro 2004, onde marcou o golo da vitória da partida de Portugal contra Espanha. No programa, o antigo futebolista reviu as imagens desse momento e o pai aparecia nas mesmas, muito emocionado, na bancada.
“Os meus pais gostavam de ir ver os jogos todos e este foi mais um em que os meus pais estavam na bancada a torcer por mim”, lembrou.
“Quando fui a um torneio na Bélgica, tinha 15 anos, os meus pais foram, juntamente com outros pais dos jogadores da Seleção, ver esse torneio. Foram de carro de Amarante para a Bélgica porque depois aproveitavam e iam dar um salto à Suíça e à França ver uns familiares. E ficou-me sempre na memória uma frase que o meu pai disse depois de um jogo. Nós ganhamos a final e eu marquei o golo da final. E o meu pai disse à minha mãe: 'Já posso morrer'. Ou seja, ele viu-me a marcar um golo pela nossa Seleção”, contou.
Emocionado, Nuno Gomes partilhou ainda: “É engraçado também terem apanhado o meu pai a chorar depois do golo com a Espanha. Foi importante para todos nós. Para mim foi dos golos mais importantes da minha carreira, aquilo que senti naquele momento acho que não vou sentir nunca mais na vida”.
Sobre a perda do pai, o ex-jogador de futebol confessou que foi “difícil aceitar”. “O meu pai não merecia ter ido tão cedo. O meu pai teve várias dificuldades quando era jovem. Era uma das pessoas mais inteligentes que eu conhecia e pouco estudou. Teve desde cedo que trabalhar. E quando estava a entrar numa fase da vida dele em que estava a acabar de chegar à reforma, onde tinha mais tempo para ele, eu próprio também já estava a caminhar para a fase final da minha carreira...”, acrescentou, confessando que “gostava de ter o pai por perto”.
“Eu saí cedo de casa e é sempre complicado… Fico sempre com aquele amargo, faltou-me tempo para estar com o meu pai”, continuou.
Durante a luta do pai, Nuno Gomes nem sempre conseguiu estar ao lado do progenitor como gostaria por causa da sua profissão, ao contrário do irmão. “Eu estava a jogar no Benfica... Dentro do possível, acompanhei-o [na doença]. Muitas vezes ia para estágio ou tínhamos jogos, portanto, não estava tanto como o meu irmão estava. Ele jogava futebol também e abdicou um pouco do futebol para se dedicar a tratar da doença do meu pai”, revelou.
Ainda assim, sempre que conseguia estava ao lado do pai. “Infelizmente as pessoas que sofrem com essa doença têm uns dias muito complicados. [...] É muito sofrimento e muita dor. [...] Eu sempre que podia estava com ele”, assegurou.
Para ver a entrevista completa, clique aqui.
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