Tornou-se conhecida do grande público em 2002, com a participação na primeira temporada de 'Morangos Com Açúcar'. Atualmente tem 35 anos e é anfritriã de um dos maiores programas de entretenimento da RTP, o '5 Para a Meia Noite'. Filomena Cautela foi convidada de Daniel Oliveira este sábado para uma conversa transparente sobre a forma como olha para a televisão e para a importância da cultura.

"Um puto que nunca foi ao teatro e um puto que foi em criança são dois cidadãos absolutamente distintos. A economia, as finanças, a educação são setores cruciais numa sociedade. Mas para mudares um paradigma não há outra forma senão a cultura. É a minha opinião", começou por dizer.

"Se a tua sensibilidade para o mundo não está desperta não há grande coisa a fazer, só à porrada", brincou ainda.

Sobre o facto de ser constantemente apelidada como uma figura irreverente e rebelde no meio televisivo, Cautela frisou que são termos com os quais não se identifica. A sua maior motivação enquanto profissional é exercer a sua liberdade e preservar a magia que a televisão oferece aos telespectadores.

"Quando a vida te surpreende de uma forma muito impactante normalmente é trágico. E a televisão não é. Até a porra da novela acaba sempre bem. Isso é fixe. Haver um refúgio e as pessoas poderem ser felizes só a olharem para um ecrã, é muito bonito. Estamos todos a trabalhar para o mesmo, para a pessoa lá em casa parar de pensar na conta da luz e ter um bocadinho de paz", afirmou.

"No dia em que começar a fazer as coisas só para ter mais audiências ou porque me estão a obrigar a ir contra um princípio base meu, já disse a amigos meus para me avisarem. Acho que se é só para isso não interessa. Só porque sim e para ganhar dinheiro… Por enquanto não tenho filhos, não tenho essa preocupação. Um dia se tiver filhos e não tiver dinheiro para os alimentar se calhar digo: que se lixe, faço o que vocês quiserem. Agora não tenho de dar satisfações a ninguém e não vou ceder em várias coisas", sublinhou.

Recordando o início da sua carreira, revelou que os pais recearam que optasse pela representação por toda a "promiscuidade" do meio. No entanto a forte personalidade fez com que não se deixasse contagiar por valores que não eram os seus: "Sempre fui muito vocalmente ativa contra tudo isso. Tive muitos problemas quando comecei a trabalhar por causa disso. Porque não tinha problemas de dizer quando achava que algo era vergonhoso, não tinha problemas de dizê-lo em estúdio ou onde fosse".

Depois da série, enfrentou um duro período em que esteve sem trabalho. Uma fase revoltante mas que guarda como uma das melhores e mais essenciais da sua vida.

“Tive um período de falta de trabalho e fez-me muito bem. Na altura foi duro e escuro. Estava absolutamente desiludida porque tinha percebido que não tinha talento nenhum, era uma fraude. Todos os meus amigos estavam a trabalhar, atrizes que eu achava que eram muito más estavam a trabalhar, pessoas que odiavam o que estavam a fazer e só queriam aparecer em revistas, e eu não. Fez-me muito bem porque deu-me uma chapadona de humildade que faltava a muita gente que hoje em dia tem muito sucesso", rematou.

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