Salvador Sobral deu uma grande entrevista, esta quarta-feira, na RTP 3 onde apresentou o seu novo álbum, o primeiro depois de ter vencido o Festival da Eurovisão, em Kiev, em 2017.

Apesar de o tema central da conversa ter sido ‘Paris Lisboa’, era inevitável falar do dia em que foi submetido a um transplante de coração. O cantor, que quando venceu a Eurovisão já sofria de insuficiência cardíaca, confessou que, apesar de estar bem, ainda hoje sofre ao recordar o que sofreu antes, durante e depois da complicada cirurgia.

“Foi terrível, mas há uma coisa boa nisso, é que muito dificilmente vou sofrer mais do que sofri nessa altura e isso é ótimo. Foi um sofrimento físico e emocional, mas a nível físico… muito sofrimento físico mesmo. Ainda não consigo voltar àqueles dias com tranquilidade, cada vez que volto àqueles dias fico nervoso, angustiado, com muita tensão. Ainda não ultrapassei”, revelou.

Apesar de ainda não ter conseguido ultrapassar em pleno a doença e até ter dedicado uma música a estes momentos no novo álbum - ‘180/181 Catarse’ -, o músico garante que a doença o ajudou a desvalorizar alguns problemas “menores”.

“A doença ajudou-me bastante a ver as coisas de outra forma. Por exemplo, nunca fico nervoso para cantar, fico nervoso quando tenho de fazer uma biopsia porque não sou eu que controlo aquilo. Nunca fiquei nervoso por cantar, porque tinha coisas bem mais importantes com que ficar nervoso”, garantiu.

Já sobre o álbum ‘Paris Lisboa’, que vai ser apresentado no final do mês de março, Salvador Sobral revela que desde que começo a pensar neste trabalho esteve “entre Paris e Lisboa, tanto fisicamente como emocionalmente”.

“A minha alma passava lá muito tempo [em Paris, de onde é a namorada]. Além disso este nome é também inspirado no filme 'Paris, Texas' que me diz imenso e é o meu filme preferido de todos os tempos”, revelou.

O novo álbum de Salvador Sobral vai ser apresentado no final de março. Posteriormente, em maio, o músico vai apresentar ‘Paris Lisboa’ ao vivo nos Coliseus de Lisboa e Porto.