O ator Rodrigo Santoro, agora figura frequente em Hollywood, acredita que os medos devem ser enfrentados, entre os quais o de ser pai, disse em entrevista à AFP antes da estreia do filme sobre gravidez "What to Expect When You're Expecting".

"Temos sempre medo das coisas, mas o segredo está na forma como lidamos com isso. Se queremos algo temos de enfrentá-lo. Sim, dá medo, mas tudo bem", disse o ator que, aos 36 anos, ainda não tem filhos.

No filme, que estreia nesta sexta-feira nos Estados Unidos, Santoro e Jennifer Lopez interpretam um casal que decide adotar um bebé por não conseguirem engravidar naturalmente.

"Acredito que (o meu personagem) representa muitos homens em todo o mundo. Aqueles que querem (ser pais), mas adiam um pouco a decisão. Sentem que não podem comprometer-se, sabem quão difícil é comprometerem-se".

"Deve ser uma experiência que muda a vida, acredito. Não tenho filhos, mas acredito que seja algo enorme", disse o ator.

O seu personagem e o de López adotam um bebé etíope, uma decisão que assusta ambos, habituados a serem independentes, espontãneos e sem serem responsáveis por ninguém.

O bebê que atua no filme foi realmente adotado na Etiópia, uma iniciativa que Santoro considera "bonita" e "séria". A imprensa falou de uma "febre de adoções" entre as celebridades de Hollywood, mas Santoro prefere não julgar quem o faz.

"Nunca tive uma opinião (sobre adoção), mas digamos que depois desta experiência fiquei emocionado. Nunca me opus à ideia e agora muito menos, gostaria de ter os meus próprios filhos, gostaria de começar assim, mas não sou contra isso."

"What to Expect When You're Expecting" (O que esperar quando se está esperando, tradução livre) baseia-se num manual para grávidas homónimo que, desde a sua publicação em 1985, vendeu 35 milhões de cópias em todo o mundo.

Cameron Díaz, Dennis Quaid e Chris Rock somam-se ao elenco do filme, que mostra em tom de comédia como ter filhos muda a vida de cinco casais.

Sobre Lopez, Santoro diz que "ela tem um talento natural para a comédia. De facto, era muito divertida e ajudou-me muito, porque realmente não estou habituado a fazer comédia".

SAPO/AFP