É um dos visuais mais icónicos da história dos Óscares de Hollywood. No dia 25 de março de 1991, Madonna, então com 32 anos, no auge da fama, surgia em palco do Shrine Auditorium em Los Angeles, nos EUA, com um vestido coleante coberto de pérolas e lantejoulas com um decote (muito) generoso, uma criação do figurinista Bob Mackie, responsável por alguns dos mais emblemáticos looks da artista norte-americana Cher, para interpretar "Sooner or later", canção da banda sonora do filme "Dick Tracy".
Penteada como a sex symbol Marilyn Monroe e com joias criadas pelo prestigiado joalheiro Harry Winston avaliadas em 17 milhões de euros, a cantora, compositora, produtora discográfica, realizadora, atriz, escritora e empresária norte-americana surpreendeu a audiência que assistia à entrega dos disputados prémios da indústria cinematográfica. Ainda que nunca o deixasse transparecer, estava muito nervosa. "Se estivesse a cantar para uma plateia de fãs aos gritos, estaria tranquila. Mas, naquela altura, estava perante um auditório cheio de artistas consagrados, um grupo de pessoas ao qual ela não pertencia, que não a respeitava enquanto atriz", recordaria, anos mais tarde, Christopher Ciccone, irmão de Madonna.
Na altura, a intérprete de "Vogue", que chegou à cerimónia acompanhada pelo malogrado cantor e compositor norte-americano Michael Jackson, foi muito elogiada. A revista Billboard considerou-a "a melhor atuação dos Óscares de todos os tempos". Três décadas depois, Madonna, atualmente com 62 anos, recuperou o icónico visual com outro fim. "O mesmo vestido, um campo de batalha diferente", escreveu na legenda do vídeo que gravou com Steven Klein para condenar a violência doméstica e a repressão policial.
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