Madonna está preocupada com o futuro do planeta. Em entrevista exclusiva à revista Visão, a cantora americana, que lança hoje o seu novo disco, "Madame X", composto em Lisboa, para onde se mudou no final de agosto de 2017, assume a insatisfação e a revolta. "Estou assustada", admite. "Sinto-me perturbada com imensas coisas que estão a acontecer no mundo", refere a intérprete de êxitos como "La isla bonita" e "Medellín".

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"Mas estou esperançosa", afirma, contudo, a artista. "Espero ter sido capaz de canalizar a minha revolta e a minha raiva para criar algo mais alegre e para inspirar as pessoas a agir. Penso que é isso que temos que fazer com a nossa revolta porque, só com ela, não vamos mudar o mundo", sublinha Madonna. No novo disco, assumidamente crítico e politizado, a cantora alerta para os perigos da exploração do populismo, que levou nos últimos anos políticos como Donald Trump e Jair Bolsonaro a chegar ao poder, apontando também o dedo à manipulação social que marca os dias que correm.

"Falo do mundo onde as pessoas são governadas e dominadas pela ilusão da fama e da fortuna, governadas e escravizadas pelas redes sociais, governadas e dominadas por opressores [e] pela discriminação", condena. Apesar de andar numa roda-viva a promover o novo disco, Madonna não pretende sair de Portugal tão cedo. "Não vou deixar Lisboa. O meu filho ainda joga futebol no Benfica. Tenho lá uma casa", assume.

"Ando para trás e para a frente. Vivo na TAP Air Portugal, é o meu lar", ironiza a autora de "Dark ballet", "Crave" e "Future", três das canções que integram o álbum que compôs durante o primeiro ano em que viveu em Lisboa, que pode recordar na galeria de imagens que se segue. "Não é apenas uma homenagem ao fado, é também às mornas e há ainda outras influências musicais por eu estar a viver em Portugal", refere ainda.