"Vi agora uma notícia sobre bullying que me deixou inquieta. Um miúdo foi atropelado enquanto fugia de umas tipas que gozavam com ele. Podia ter sido uma tragédia". Foram estas as palavras que Madalena Abecasis usou para começar a recente publicação que fez na sua página de Instagram, esta quarta-feira.

A figura pública não ficou indiferente ao caso do adolescente de 14 anos, alvo de bullying, que foi atropelado na Avenida dos Metalúrgicos, na Arrentela, Seixal, quando tentava fugir dos colegas. Um caso que aconteceu na semana passada e que está em destaque nas redes sociais, onde estão a ser partilhadas imagens deste momento.

O caso que fez Madalena Abecasis recordar um episódio que viveu quando andava no liceu, memória que partilhou com os seguidores.

"Não pude deixar de me lembrar de quando andava no liceu, um grupo de gajas foi à minha escola para nos fazer uma espera, a mim e a umas amigas. Por uma razão qualquer que fazia sentido naquelas cabeças. Como elas não estudavam lá, os contínuos não deixavam entrar. Mas elas estavam ali, coladas ao portão, todas cadelas raivosas a querer distribuir fruta", lembrou.

"E eu pensei '... bem, se eu não for lá fora, elas não vão desistir, irão voltar noutro dia e noutro e noutro'. Então, em frente a toda uma escola, em frente a todos os vigilantes, agarrei em mim e no que me restava de orgulho e sai sozinha para levar na boca", continuou, recordando que na altura "levou uns valentes sete ou oito chapadões de mão puxada atrás, daqueles que fazem eco, sem contestar".

"Sem dizer uma palavra. Sem levantar um dedo. Porque era isso que elas queriam. Que eu me virasse, que eu me defendesse. Mas se o fizesse, a coisa ia acabar mal para mim. Levei para aquecer, em frente de gente, e só uma pessoa, em toda uma escola, foi lá buscar-me. Uma corajosa. Uma rapariga que nem sequer era minha amiga. Mas foi lá, puxou-me por um braço e enxotou-as com tanta firmeza que até eu fiquei em sentido. E a coisa ficou por ali. Agora só de pensar que um filho meu pode passar por uma coisa assim, fico doente", desabafou.

"Eu sei o que sou capaz de aguentar, mas os meus meninos ah! não! Não! Digo muitas vezes a eles: se virem alguém a tratar mal outro menino, vão fazer queixa, vão lá defendê-lo, façam o que for preciso para não deixar que isso aconteça. E espero que eles me oiçam e que, principalmente, não presenciem este tipo de coisas. Não sofram esse tipo de coisas. Não façam esse tipo de coisas. Não excluam, não gozem, não sejam maus. Aceitem os outros como eles são. Que sejam melhores do que eu fui. Que tenham valores. Que lutem por eles! Eu que saiba que alguém sequer toca num fio de cabelo de qualquer um dos meus quatro filhos. Eu que saiba", completou.

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