"O luto não pede licença. Não bate à porta. Não espera que estejas forte. Chega." Foi com estas palavras que Susana Dias Ramos começou a publicação que fez na sua página de Instagram esta sexta-feira, dia 25 de julho, onde partilha uma reflexão emotiva sobre o luto.

"Cruel, covarde, hipócrita. Dizem que o tempo cura. Mentem. O tempo distrai. O luto não. Ele esconde-se. Mas não parte. E volta… volta sempre. No cheiro a café com leite. Naquela música no carro. Num lugar qualquer que já foi tudo. Numa palavra dita por outra boca - e que era dele. Ou dela", partilhou.

"Volta quando menos se espera. Num dia banal. Num sorriso que queres dar, mas não podes. Num abraço que o corpo ainda espera, mas nunca mais vem. Nunca mais… E é aí que ele parte-te outra vez. Com a força de quem nunca partiu realmente. Com a brutalidade do nunca mais", acrescentou.

"Ninguém te prepara para o vazio. Para a cadeira que ficou vazia. Para o nome que evitam dizer. Para as datas que agora são punhais. O luto é uma ferida que cicatriza por fora, mas que não se cura por dentro. É um grito mudo. Um pranto escondido. Um 'estou bem' que quase nunca é verdade. E mesmo assim… seguimos. Aprendemos a rir com a dor ao colo. A viver com metade do coração. A fazer de conta. Mas há dias… Há dias em que a saudade grita tão alto que não se ouve mais nada", escreveu, por fim.

Após a partilha, foram muitas as reações que recebeu na caixa de comentários. "Não podia concordar mais com esta publicação. Sinto exatamente o mesmo", disse uma seguidora. "A melhor descrição do luto que já li… Subscrevo na íntegra", comentou outra internauta. "Maravilhosa descrição do luto", pode ainda ler-se entre as muitas mensagens que a psicóloga recebeu.

De recordar que Susana Dias Ramos viveu momento difíceis com a morte do pai. Aliás, a psicóloga até chegou a partilhar que "engordou 18 quilos" com a partida do familiar.

Em 2023, Susana Dias Ramos esteve no 'Conta-me' e lembrou a partida do pai em conversa com Maria Cerqueira Gomes.

"O meu pai era braço o meu braço direito, o esquerdo, perna... Ocupava o espaço todo que um pai deve ocupar. Quando penso na palavra pai em todas as ramificações que a palavra tem, o meu pai era assim, esticava-se para todos os parâmetros da minha vida sem me invadir. Estava ali. Não sei se algum dia vou conseguir traduzir isto na verdade como era. Tinha quase 40 anos quando o meu pai faleceu. Ele continuava a ir ao banco tratar-me da contabilidade, a levar-me aqui e ali, a acompanhar-me para todo o lado. [...] Fui muito amada pelo meu pai. [...] A perda do meu pai é mais uma perda de uma parte minha do que propriamente do meu pai porque eu não tenho mais ninguém com quem tivesse este tipo de identificação. [...] Apesar de tudo, a favorita dele era a minha mãe. O meu pai era amor", partilhou na altura. Veja aqui.

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