O movimento O MAIOR SORRISO DO MUNDO nasce em 2013 para reforçar esta mensagem e representa alegria, amor, saúde e bem-estar.

Figuras públicas e empreendedores aderiram à causa e partilharam os seus testemunhos. Leia a história de Luis Montez.

O que é que o faz sorrir?

Luis Montez: A alegria dos outros. Ver os outros felizes.

É por isso que a Música no Coração refere no site que se “orgulha dos sorrisos estampados na cara do público”?

Luis Montez: No fundo a atividade da música é proporcionar emoções aos outros, nós queremos emoções positivas, é por isso que as pessoas compram bilhete, para terem momentos de felicidade. É incrível ir para cima de um palco, olhar para a multidão e ver toda a gente a cantar. Acho que é a única atividade do mundo em que “pagam para bater palmas”.

Qual foi o concerto que mais o marcou nesse sentido, com a receptividade do público e aquilo que estão a transmitir?

Luis Montez: Todos os concertos no geral, desde Xutos & Pontapés, até nomes internacionais. As pessoas vão a um concerto porque gostam de determinado artista, então estão todos reunidos com o mesmo objectivo, que é ouvir a canção que os emociona mais, quando chega esse momento é pura alegria, no fundo é esse o objectivo final da empresa.

Não consegue destacar um concerto que seja memorável ao longo dos anos?

Luis Montez: Gostei muito do concerto dos Portishead no Sudoeste.

O que me disse que o faz sorrir também é o que lhe provoca felicidade?

Luis Montez: Ás vezes sorrio de coisas ridículas, sorrio com pessoas inteligentes, piadas giras. Eu acho que o sorriso move montanhas. Transforma, é muito importante. Às vezes temos momentos difíceis e não podemos esmorecer, temos que incentivar as pessoas e as equipas que estão à nossa volta. É importante sorrir e eu preciso muito de sorrisos à minha volta. No trabalho, dos meus filhos. Nasci em Angola e às vezes sinto falta do sorriso aberto que os africanos têm. O português é um bocado sisudo e eu preciso de boas gargalhadas.

Qual foi a maior adversidade pela qual já passou?

Luis Montez: O cancelamento dos Depeche Mode em 2010. Fiquei muito triste. Tinha o estádio do Porto esgotado. Não foi só o prejuízo que tive, mas também a tristeza dos fãs que tinham ido para lá de véspera, ficaram inconsoláveis. Mas enfrentámos o problema, conseguimos os Xutos & Pontapés e os The Gift à última hora, porque o cancelamento foi no dia anterior. Não havia tempo para trazer um artista estrangeiro e mesmo assim ainda foram muitas as pessoas que assistiram aos concertos. Foi difícil, mas acontece.

Que conselho é que dá aos portugueses que neste momento perderam o sorriso por algum motivo?

Luis Montez: Depois das nuvens vem um céu limpo. Se soubermos aguentar um mau momento, depois vamos saborear o facto de termos resistido, o facto de estarmos de pé. A determinação e o trabalho vencem sempre. O sacrifício dá resultados. Dia-a-dia tento fazer os outros felizes. Levar um grupo de jovens que não tem possibilidade de ir a um festival como o Sudoeste dá-me prazer, levar uma pessoa ao backstage de um concerto para conhecer o artista preferido, isso são momentos que ficam para a vida e é muito simples de realizar. Proporcionar encontros de artistas com o público, são coisas que não custam nada e fazem os outros felizes. Não estou aqui só para faturar. Às vezes esquecemo-nos que é muito fácil fazermos os outros felizes.

Que história deixava escrita para aos seus netos lerem um dia?

Luis Montez: A história do primeiro Festival Sudoeste. Há 18 anos. Foi uma aventura, em que a persistência, a determinação e a criatividade foram a arma para o atrevimento. Eu acho que é isso que é preciso, as pessoas terem atrevimento. Também é preciso ter entusiamo para transmitir às equipas. Já fizemos muita gente feliz ao longo destes anos. É um dos momentos mais felizes para mim, o momento em que eu vou para o Sudoeste, porque estou a fazer uma coisa de que gosto, estou a fazer os outros felizes, trabalho o ano inteiro para esse festival.

O que é que lhe falta fazer?

Luis Montez: Gostava de internacionalizar mais os meus festivais. Gostava muito que países da Europa do Norte viessem aos meus festivais assim como vão para Ibiza e que pensassem que Portugal tem praias únicas. Corro os festivais pelo mundo e os meus festivais são muito bons! Quer o MEO Sudoeste, quer o Super Bock Super Rock dão 10 a zero ao Glastonbury, que é um festival top na Europa, e os meus têm melhor ambiente, melhor temperatura, praias únicas, comida do melhor e barata.

Entrevista: Mafalda Agante

Mafalda Agante

Associação Sorrir