Tinha acabado a licenciatura em gestão de marketing quando decidiu partir para França aprender cozinha de autor. Desde aí, nunca mais parou. "No segundo ano da universidade, fazia voluntariado na Comunidade Vida e Paz e, numa das muitas noites em que andava a distribuir refeições pelos sem-abrigo, nas ruas, percebi que queria trabalhar com comida", revela Kiko Martins em entrevista na edição de outubro da Prevenir, já nas bancas.

"A meio do curso, comecei a estagiar num restaurante, para perceber se era um desejo sério", refere ainda. Terminada a universidade, rumou a Paris e nunca mais deixou de estar rodeado por tachos e panelas. "A minha vida é acelerada, muito exigente e de grande responsabilidade. Tenho quatro filhos e oito restaurantes, com 250 pessoas a trabalhar comigo e para mim", confidenciou ainda à publicação de saúde.

Apesar de ter deixado de fazer surfe, uma das suas paixões, tenta exercitar-se, sempre que pode, para aliviar o stresse. "Não posso viver sem pilates e sem corrida", garante. "Corro muito tarde. Ainda há dias, fui correr para a Arrábida às dez da noite", conta Kiko Martins, para quem a qualidade dos alimentos que devemos procurar ingerir é fundamental. "Por exemplo, é raro encontrar tomate bom em Portugal", critica o chef.

Em entrevista à publicação, que este mês é comercializada com duas capas diferentes, o cozinheiro e empresário revela ainda um sonho. "Falta criar um modelo social na restauração, que não dependa de mim e que perdure, mesmo depois de eu morrer. A ideia teria de associar a sustentabilidade dos alimentos à parte social. Um projeto que possibilitasse o reencontro de algumas pessoas com a vida através da comida", diz.

Kiko Martins trocou a gestão de marketing pelos tachos e pelas panelas