A morte de Flávio Migliaccio apanhou de surpresa o mundo do espetáculo No Brasil, chora-se o 'adeus' de um grande ator... mas também em Portugal esta é uma perda que tem merecido destaque entre os fãs da sua arte.

José Raposo usou esta quinta-feira as suas redes sociais para homenagear o ator que tanto admirava.

"Primeiro queria dizer que o admirava desde os anos 70, quando o vi na TV e me chamou a atenção o tom 'clawnesco' que tanto aprecio nos actores com essa humanidade natural, essa subtileza trágico/cómica como têm os Chaplins, os Totós, os Buster Keatons, os Tatis, os Solnados, os Salvadores, os Carlos Gonçalves, os Fernandos Mendes...", começou por lembrar, referindo-se depois ao suicídio que ditou a partida de Flávio Migliaccio.

"E depois queria dizer que me emocionou e me chocou muito este ato, manifestado numa carta que nos deixou, em que lastima a forma como são tratados os idosos, o caos que tomou conta do seu país, a sociedade injusta e desagregada em que nos tornámos, sociedade que ele já tinha dito em tempos 'estar organizada de uma forma totalmente errada'", acrescentou, citando por fim as palavras deixadas pelo artista na sua carta de despedida.

"A carta que nos deixou : 'Desculpem-me, mas não deu mais. A velhice neste país é o caos como tudo aqui. A humanidade não deu certo. Tive a impressão que foram 85 anos jogados fora num país como este e com esse tipo de gente que acabei encontrando. Cuidem das crianças de hoje'", pode ler-se ainda na publicação.

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