O mais internacional dos actores portugueses, Joaquim de Almeida recebeu ontem à noite o prémio "Cidade de Huelva" pela sua carreira "universal" e pelo seu contributo para o cinema ibero-americano.
Durante a cerimónia em Huelva, onde decorre o 35º Festival de Cinema Ibero-Americano, fez um discurso bem-humorado. "Tenho 52 anos e é bem melhor que me premeiem agora do que aos 80", disse ele, depois de agradecer a distinção.
Descontraído, entre muitos cigarros e cafés, Joaquim de Almeida, que já leva mais de 70 participações nos mais variados filmes, falou sobre os seus primeiros tempos em Nova Iorque, onde aprendeu, como empregado de mesa, os cinco idiomas que domina, e disse que não podia "queixar-se da vida".
Numa homenagem aos espanhóis, o actor português, que reparte o seu tempo entre Sintra e Santa Mónica, nos arredores de Hollywood, elogiou o talento dos realizadores Pedro Almodóvar e Alejandro Amenábar e declarou que Javier Bardem é "o actor mais completo do momento".
Joaquim de Almeida arrancou ainda fortes sorrisos á plateia quando disse que não se importaria nada de voltar a interpretar papéis de amante, "com Kim Basinger, por exemplo", e quando elogiou o presunto da província de Huelva, "el mejor jamón del mundo".
Sobre o cinema português, o actor foi breve: "A crise afecta-nos mais porque já éramos pobres", disse ele. E ainda: "Temos um cinema muito intimista porque é o único que podemos fazer."
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