Os Retratos Contados, dão algumas pistas para a conhecerem melhor. Depois, compete-vos a vós pesquisar mais.
Tem 24 anos.
Foi pedida em casamento pelo Eduardo Madeira, durante um espetáculo de humor.
É humorista.
Gosta de passear a Pipoca (a cadela) nas praias da linha de Cascais.
Escreve no Blog: http://amarmeladamata.pt/
Escreveu o livro a Marmelada Mata (que vendeu e continua a vender imenso)
É mãe da Leonor com 2 anos.
Está a escrever outro livro (diz que agora é um romance)
Ainda vai dar muito que falar neste país (e não só)! Tanto em cima dos palcos, como na escrita, como na televisão.
Ela é a Joana Machado Madeira!
Quando foi convidada para entrevista aos Retratos Contados aceitou logo.
Aceitou, não porque tivesse memórias dos seus avós, ou muita coisa para contar. Aceitou, não porque quisesse falar da experiência da mãe dela no papel de avó. A ajuda da mãe da Joana no papel de avó é essencial, a verdade é que a pequena Leonor ainda tem apenas 2 anos. Tudo o que venham a ser cumplicidades, e aprendizagem entre avó e neta, só a partir de agora começam a surgir.
A Joana Machado Madeira aceitou juntar-se à família Retratos Contados, pois acredita neste projeto. Acredita que é um projeto que vai crescer imenso. Acredita que, com a partilha dos testemunhos que fazemos no site www.retratoscontados.pt, possamos vir a ajudar netos e avós.
Acredita, que os conteúdos que vão ser colocados nos Retratos Contados em breve, vão contribuir para os bem-estar dos mais novos e dos mais velhos.
Acredita, que alguns conteúdos vão ajudar cuidadores de idosos, bem como, vão ajudar a lidar com problemas como o Alzheimer, o Parkinson e outros problemas relacionados com os mais velhos.
Apesar da Joana ter pouco para falar sobre os avós e sobre os mais velhos, quando escreveu livro “A Marmelada Mata”, dedicou dois textos, precisamente aos Avós e aos e à sua própria velhice:
“Quando eu for velha”
“Quando eu for velha, quero ter o cabelo bem branco. E curto. Encaracolado. Quero vestir saias de flanela até ao joelho. E uma camisa com flores bem abotoada e metida para dentro. Quero usar sapatos ortopédicos e meias de vidro escuras até ao joelho. Quero usar xailes e ir à missa bem cedo ao domingo de manhã. Quero comer o que me apetece sem medo de engordar. Quero estender a roupa e que a minha casa cheire a casa fechada. Que eu fecho sempre com medo de apanhar uma corrente de ar. Quero ir à mercearia da rua e comprar cenouras e maçãs. Comer sopa e frango cozido numa grande panela com água a ferver. Quero fazer bolos. Para os netos. Ou para as visitas que chegarem. Quero estar à janela. O tempo todo. Para ver quem chegou. Quem passa. E quem vai andando. Quero sentar-me no banco de jardim com as vizinhas e saber os divórcios lá da rua. Quero rir mesmo sem dentes. Quero ser meio encurvada. E usar uma cruz de ouro. Quero não ter saudades do meu marido. Se ele morrer antes de mim. Quero muito ser velha. Quero muito ser feliz.”
“Avós”
“Nunca tive avôs. Nunca tive. Não sei como eram. Do que se riam. Do que gostavam. Nunca tive. Não sei. Quando nasci, já tinham morrido os dois. Não me faz ficar triste. Não. É a vida. A vida é mesmo assim. É a frase que o senhor José mais diz no café. Quando lhe pergunto porque não vai conhecer a filha que deixou em França. É a vida. Até gostava de saber. Os meus amigos sempre se gabaram. Como nunca tive. Imaginava. Ouvia atentamente o que contavam: – o meu avô deu-me 50 euros. Já posso ir comprar gomas. O meu avô levou-me à horta. Bom para ti. Pensava eu. O meu avô levou-me à caça. Boa. Nunca soube. Nem vou saber. Morreram muito antes de eu nascer. Sempre tive curiosidade. Imaginava na minha cabeça. A falta que podiam fazer. Mas como nunca tive, nunca me fizeram falta. Tive uma avó. Era boa. Era boa pessoa. Fazia-me festas. Mas também já morreu. É a vida. Mas gostava dela. E das filhoses. Nunca tive avôs. Nem vou ter. Já morreram. É vida. A vida é mesmo assim.”
Retratos Contados (RC): Joana, que recordações tens dos teus avós?
Joana Madeira (JM): Eu só tenho recordações da minha avó materna. Quando nasci os restantes avós já tinham morrido. Acabei por ser então criada pela minha avó que nos acompanhou sempre até morrer.
RC: Contavam-te histórias desses avós que já tinham morrido?
JM: Contavam sim. Os meus pais foram contados a mim e ao meu irmão algumas histórias destes meus avós. Mas muitas, nem sempre me recordo…
RC: O que mudou na vida da tua mãe depois do nascimento da Leonor?
JM: A minha mãe, tem sido uma ajuda fundamental para a nossa vida, depois do nascimento da Leonor. Quando nós precisamos de ajuda, por causa da nossa vida profissional, acabamos por recorrer à minha mãe.
RC: Como é o relacionamento entre a avó e a Leonor?
JM.: A Leonor vê a minha mãe também como uma mãe.Há uma grande confusão na cabeça dela. (risos). E como eu e a minha mãe somos parecidas, pior ainda.
Então a Leonor chama “mãe” às duas. A minha mãe ainda é muito nova e eu também fui mãe nova.
Se quiserem conhecer mais sobre a Joana, podem fazê-lo aqui:
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