Sara Correia esteve à conversa com Daniel Oliveira e entre as várias partilhas, lembrou a infância e as dificuldades.

A separação dos pais foi um momento marcante, tendo depois vivido com a mãe e o irmão mais novo. Na altura, a progenitora tinha mais do que um trabalho e, apesar de "nunca ter faltado comida", a mãe chegou a "deixar de comer para dar aos filhos". Os avós, diz, foram um grande apoio.

A cantora confessou que "houve momentos da sua vida em que se portou muito mal", tendo vivido uma grande revolta.

Questionada sobre "o que é mais difícil de recordar", Sara Correia destacou o dia em que o pai pediu o divórcio à mãe e a cantora ouviu tudo. "E o dia em que vi o meu pai a ir embora definitivamente", acrescentou. Na altura a artista ia fazer dez anos.

"Ouvi o meu pai a dizer à minha mãe que não dava mais e que ia embora do país. E nem se despediu de mim nem do meu irmão", recordou. "Ele que me perdoe de estar a contar isto, mas é a realidade", continuou. Lembranças que levaram Sara Correia a ficar muito emocionada.

"A minha mãe ficou muito doente, chegou a pesar 43 quilos. Foi mesmo muito difícil esse momento da minha vida com a minha mãe porque ela tinha a idade que eu tenho hoje, 30 anos. Hoje penso: 'Acho que não tinha metade da força que a minha mãe teve'", partilhou.

"Quando me perguntam se quero ter filhos, eu quero, mas quero fazer as coisas bem feitas", confessou.

Sara Correia revelou ainda que este ano decidiu ir ao Brasil falar com o pai e "arrumaram a casa". "Mas há coisas que ele já não vai conseguir tapar. Entretanto fui tapando com a minha vida e com as pessoas que tenho à minha volta", disse.

A cantora explicou que a sua 'dor' já está 'curada': "Porque fui à procura também de fazer terapia em relação a isso. Haviam muitas lacunas na minha vida que percebi que vinham dessa carência paternal. E tem sido uma ajuda imensa. Não é que não precise dele, mas não preciso tanto. Sobrevivi".

Mas não ficou por aqui e também se emocionou ao falar da morte do melhor amigo. "A pessoa com quem cresci pôs termo à vida e até hoje penso muito nele porque, se calhar, podia tê-lo ajudado mais. Acho que sim. Houve uma altura na minha vida que cantava tanto e queria tanto uma coisa que acabei por deixar algumas coisas para trás. E uma delas foi ele. Se tivesse com ele podia não ter sido assim. Podia estar aqui. Acredito nisso. Não quero pensar dessa forma de que a culpa é minha, mas podia ter ajudado a que ele não tivesse feito o que fez", desabafou.

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Se estiver a sofrer com alguma doença mental, tiver pensamentos auto-destrutivos ou simplesmente necessitar de falar com alguém, deverá consultar um psiquiatra, psicólogo ou clínico geral. Poderá ainda contactar uma destas entidades:

SOS Voz Amiga (entre as 16h e as 24h) - 213 544 545 (Número gratuito) - 912 802 669 - 963 524 660

Conversa Amiga (entre as 15h e as 22h) - 808 237 327 (Número gratuito) e 210 027 159

SOS Estudante (entre as 20h e a 1h) - 239 484 020 - 915246060 - 969554545

Telefone da Esperança (entre as 20h e as 23h) - 222 080 707

Telefone da Amizade (entre as 16h e as 23h) – 228 323 535

Todos estes contactos garantem anonimato tanto a quem liga como a quem atende. No SNS24 (808 24 24 24 - depois deve selecionar a opção 4), o contacto é assumido por profissionais de saúde. A linha do SNS24 funciona 24 horas por dia.

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