Está feliz com o novo espaço do "Fátima"?
O cenário é fantástico, muito futurista e moderno, e permite uma grande versatilidade de soluções. Visualmente é rico, o que é muito importante em televisão. Quanto aos espaços novos, as pessoas vão descobri-los à medida que os formos estreando. Daquilo que o público já conhece, há coisas que vamos passar a fazer de forma diferente. O programa "Fátima" vai dar uma volta.
Ajudou a conceber os cenários?
Não, mas fui acompanhando o crescimento, porque estava a gravar no estúdio ao lado.
Há algum programa de 2008 que a tenha marcado?
O "Fátima" vive de emoções e não há uma semana em que não tenhamos boas histórias, fortes e envolventes. Destacar um momento em particular é quase impossível: a emoção é quase a âncora do programa, é a sua natureza. Os programas da manhã e da tarde da SIC são muito ancorados em casos reais, e nisso nós fomos pioneiros, assim como nas causas que abraçamos e levamos até ao fim. A característica solidária do programa mantém-se.
Este ano, o "Fátima" não liderou as audiências. Qual terá sido a razão?
A televisão tem os seus ciclos. Isso aconteceu, em primeiro lugar, obviamente, por mérito da concorrência. Conheço-os pessoalmente, sei o valor que eles têm. São bons profissionais. Os programas da manhã têm estado todos muito equiparados. De cada vez que o programa da manhã da SIC lançava uma rubrica nova, passado algum tempo já essa rubrica estava na concorrência. As pessoas, que durante muito tempo só viam um canal, agora espreitam outros e, se encontram uma história que lhes agrada mais, ficam a ver e depois são capazes de voltar. Os gráficos mostram isso.
Como é que lida com a situação?
Temos sempre de trabalhar melhor, conseguir superar aquilo que temos feito até agora. Eu já faço o programa da manhã há nove anos e sei que pensar em alterações e melhoramentos exige cada vez mais. Mas é bom termos de desafiar-nos a nós próprios.
Mas não acha que copiar conteúdos é concorrência desleal?
Tal como eles vêem o nosso programa, nós também vemos o deles. O importante é haver uma concorrência saudável, e eu acho que em Portugal existe. Nós sabemos que àquela hora o público quer ver determinada coisa, por isso é o que todos lhe oferecemos. O Manuel Luís Goucha levou sete anos a chegar aos resultados que nós tínhamos e nunca desistiu de procurar um modelo que fosse ao encontro do gosto do público. E, se calhar, esse modelo é o modelo que a SIC lançou. Agora o "Fátima" vai trabalhar para alcançar os melhores resultados possíveis, e eles com certeza farão o mesmo.
Há alguma coisa mais que gostasse de fazer no programa?
Tudo aquilo que me apetece fazer, eu digo logo.
A grande entrevista, que era uma das coisas que desejava fazer, acabou por aparecer no site "Fátima.tv"...
Num programa de televisão não é fácil termos entrevistas de 30 minutos. Os programas da manhã exigem uma mudança de temáticas com um certo ritmo. No "Fátima.tv" eu posso fazer isso.
Algumas destas entrevistas têm revelado muitos segredos.
Uma coisa é estarmos num programa de televisão com público. Outra, é trabalharmos num estúdio em que apenas estão três pessoas: eu, o convidado e o operador de câmara. É por isso que têm saído dali entrevistas tão especiais. Foi no meu site que a Rita Ferro Rodrigues, por exemplo, falou pela primeira vez do caso Casa Pia. Estas coisas só são possíveis porque as pessoas estão num ambiente intimista.
Como é que prepara tudo?
Eu não tenho espírito para bisbilhotar a vida das pessoas. Antes de gravarmos mostro todas as perguntas ao convidado e pergunto sempre se estão à vontade com as questões. Por exemplo, quando entrevistei o Zé Maria falei na questão da tentativa de suicídio e fui honesta, perguntei se ele queria responder. E ele disse que sim.
Tem vontade de poder explorar este formato noutro programa?
Aquele desejo que eu tinha de fazer um talk-show tem sido satisfeito plenamente. Estou realizadíssima.
E quais têm sido os resultados do site?
A nível internacional, têm sido excelentes. Recebemos imensos emails, o que me deixa muito satisfeita. E temos um número médio de 3000 visitas por dia, o que é muito bom, principalmente porque não fazemos publicidade.
E a gravidez, como está a correr?
Já estou no sétimo mês e graças a Deus está tudo a correr muito bem. Vou trabalhar enquanto puder.
Vai gozar o tempo de licença?
Cinco meses só pode tirar quem não tem um programa de televisão diário com o seu nome. São privilégios que só alguns têm. Mas, em princípio, vou tirar três meses.
Fátima Lopes
Este artigo tem mais de 15 anos
Entrevista com Fátima Lopes Rainha das manhãs da SIC há nove anos, Fátima Lopes confessa que a luta pelas audiências está cada vez mais feroz, mas a competição estimula-a a fazer mais e melhor.
Comentários