Depois de ter sido anunciada a entrevista que deu a Manuel Luís Goucha, a conversa foi transmitida no programa da tarde da TVI, esta segunda-feira, 11 de abril. Daniel Souza, ex-marido de Luciana Abreu, contou a sua versão da história polémica que o liga à cantora e atriz.

Após ser acusado de violência doméstica contra Luciana Abreu, o guia turístico nega todas as acusações e diz que foi ele a vítima. "Vivi um autêntico terror psicológico", afirmou.

Daniel Souza desabafou sobre este período menos bom da sua vida, confessando que "foi difícil" o "julgamento" que foi feito na praça pública perante todas as notícias que foram publicadas sobre o polémico divórcio e o processo em tribunal.

"De tanta discrepância, de tantas coisas horríveis que foram ditas acerca da minha pessoa, acerca do meu comportamento, pondo em causa eu enquanto homem, pai, irmão, filho, claro que há momentos em que destemperadamente chorei e gritei. Tive o apoio das pessoas que sempre confiei na minha vida", realçou, referindo ainda que fez "tratamento psicoterapêutico". "Foram quase seis meses" de terapia.

"Senti-me drenado, chupado, sem luz. Não quero estar aqui a fazer o papel de vítima. Hoje sinto-me uma pessoa completamente consciente daquilo que se passou, e à distância avaliar as coisas que na altura não tinha capacidade para tomar sequer as atitudes mais sensatas que deveriam ter sido tomadas. Não tinha forças", confessou.

Ao longo da entrevista, Daniel Souza referiu-se várias vezes a um "núcleo duro que sempre existiu" - de pessoas próximas de Luciana Abreu - "e que ainda hoje existe". Além disso, contou que, alegadamente, Luciana Abreu fazia "rituais" em sua casa com os quais Daniel Souza não concordava.

E ficou a saber desses "rituais" depois da ida do tio para sua casa e de Luciana. Isto porque, conta, meses após o nascimento das gémeas, deslocou-se para fora de Portugal para seguir com o seu trabalho como guia turístico e pediu ao familiar para ficar em sua casa enquanto estava fora para ajudar Luciana Abreu. Na altura, a sua intenção, diz, era o tio ajudar "com trabalhos mais forçados" como as manutenção da piscina, aquecimento, ou até com as compras para casa e levar as filhas mais velha de Luciana à escola.

"Naquela casa, de quarto passamos a ser seis, inclusive a assistente que sempre viveu lá", lembra, explicando que a partir de março "as coisas começaram a complicar-se".

Stress pós-parto?

Questionado por Manuel Luís Goucha se Luciana Abreu teria sofrido com stress pós-parto, Daniel Souza disse: "No período das 29 semanas ela sempre foi muito monitorizada, quase semanalmente. Inclusive, foi-lhe aconselhado a diminuir a carga de trabalho. Ela, no entanto, nunca deixou da fazer a sua atividade. Relativamente ao pós-parto, da minha parte sempre teve todo o apoio. Os problemas não se devem, de forma alguma, a uma possível crise pós-gravidez. Nada tem a ver. Os problemas é na sequência de um tema que tem a ver com dinheiros e entre outras coisas que se passam lá em casa e que eu vim a descobrir pelo meu tio que viva lá. Esteve lá quatro meses a viver em casa e saiu porque não aguentava mais".

O tio começou a trabalhar em sua casa em "meados de março até final de junho". E neste período, Daniel estava ausente "por norma entre 15 a 20 dias".

"Começo-me a aperceber, através do meu tio, que se passavam coisas estranhas"

"Aí começo-me a aperceber, através do meu tio, que se passavam coisas estranhas - com todo o respeito por quem segue esse tipo de filosofia, eu sou católico - e nunca aceitei bem o facto de serem feitos rituais naquela casa, até porque ficava preocupado com as minhas filhas", relatou, realçando que esses alegados "rituais" não tinham sido feitos na sua presença e que foi pedido ao tio que não lhe contasse sobre os mesmos.

"Estamos a falar de rituais em que existem queimas, não somente velas, de folhas secas, de aglomerados que não sei o que é aquilo e que deitam cheiro meio nauseabundo. O meu tio vivia no sótão e os fumos iam todos lá ter, e eram insuportáveis", diz, frisando que "ficava preocupado com as filhas gémeas por estarem a respirar [aquele cheiro]".

Daniel afirma que confrontou Luciana e que quando chegava a casa "via provas que efetivamente esses rituais eram feitos", acrescentando que "era o núcleo duro que faziam esses rituais". Sobre este "núcleo duro", detalhou que "são pessoas que se dizem os pais do coração, presenças assíduas".

"Não conhecia outras pessoas para além daquele núcleo. Não havia e até estranhei não haver. Os familiares conheci na altura do lançamento do CD, conheci uma das irmãs com o namorado na época. Sabia que era um tema sensível e que ela não falava com a restante família", continuou.

As discussões por causa de "dinheiros"

Outro dos problemas que geravam maior discussão, diz, tinha a ver com questões monetárias. Além disso, revelou também que estava casado com Luciana Abreu com "comunhão de adquiridos".

Daniel Souza recordou que na altura que começou a namorar com a artista, a mesma quis mudar de casa porque estava numa alugada e com problemas com o proprietário. Na compra da nova casa, foi feito um contrato de promessa compra e venda e, diz, Luciana Abreu "não tinha esse dinheiro" e Daniel "emprestou esse valor, nomeadamente 16 mil euros".

"Ela disse que uma vez que tinha lançado o CD e tinha uma série de concertos, que ia pagar esse dinheiro. Eu já lhe tinha emprestado anteriormente no lançamento do CD no Casino de Estoril e ela tinha pago, por isso não havia razões para duvidar. Estranhamente, quando já estava marcada a escritura da casa, dois dias antes ela ia levantar ao banco, eu fiquei a aguardar no carro, e passados dez minutos saiu a chorar e a dizer que a mãe lhe tinha roubado, penso que 80 e tal mil euros, do cofre e que não sabia o que fazer. Eu aí vi-me entre a espada e a parede com duas filhas, ela ainda estava grávida nesse período, a sair de uma casa porque tinha um conflito com o proprietário, e eu vi-me obrigado a ajudar, a emprestar dinheiro", relatou.

Daniel Souza acrescentou que nessa altura também teve de recorrer a ajuda monetária dos seus pais e que até hoje Luciana Abreu "nunca deu esse dinheiro".

Sempre que este tema vinha à tona, a conversa não era amigável e acabavam de 'costas voltadas' com Luciana a "fechar o quarto" e as coisas de Daniel eram "postas na cave", segundo o ex-marido da artista. "Começou a ser um hábito. Cada vez que o tema não lhe agradava, nomeadamente os dinheiros e os rituais, aquilo começou a ser uma tortura", afirmou.

Daniel Souza acredita que Luciana Abreu "criou uma ideia que ele teria capacidade financeira que lhe ia dar-lhe um certo conforto", e que a certa altura começou a ser "descartado". "Aquele círculo fazia questão de contribuir para este massacre", salientou. "Sou descartado porque economicamente não vou ao encontro daquilo que eles provavelmente imaginavam", frisou.

Além disso, acrescentou que, alegadamente, a artista "vendeu o carro porque tinha dívidas pendentes".

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