É viciado em gelados, em pipocas e em desporto. Treina todos os dias porque, enquanto estudava nos Estados Unidos da América (EUA), cedo percebeu que, para as suas maiores ambições profissionais, a apresentação e a representação, a imagem era uma ferramenta tão importante como as outras que foi adquirindo ao longo das muitas formações que fez. Ambicioso e determinado, João Montez teve vontade de ficar por terras do Tio Sam, mas a burocracia condicionou-lhe os planos.

Depois de regressar a Portugal, foi um dos finalistas de um dos castings do programa «Curto Circuito» na SIC Radical, entrou em séries, participou em telenovelas e estreou-se como apresentador de concursos e programas de entretenimento familiar na TVI. Em entrevista intimista, fala dos planos e dos sonhos que tem, faz revelações surpreendentes e ainda responde a um inquérito de verão. Veja também as imagens da produção fotográfica exclusiva que fez no rooftop de um hotel da capital.

Formou-se em Representação, Televisão e Cinema em Los Angeles nos EUA. Como é que foi essa experiência?

Foi, provavelmente, a experiência que mais me marcou até agora, uma vez que não estava habituado a viver sozinho. Surgiu, de início, por uma série de fatores. Em Portugal, não tinha estabilidade no emprego. Na altura, trabalhava em rádio como locutor e, apesar de ser uma das grandes paixões que tinha e que hoje ainda em dia tenho, sentia sempre uma curiosidade quando falavam de representação e de todo o meio ligado à imagem, o meio audiovisual.

Na altura, consegui reunir todas as condições necessárias para partir à aventura para Los Angeles e, desde então, esses dois anos e meio foram os que mais me marcaram até hoje. Pela experiência total e também porque fui conhecer um mundo, o da representação, que eu até então só conhecia era só por meio de workshops, aqui em Portugal. Lá foi uma coisa muito mais a sério, uma coisa muito mais intensiva, diária, de mais de oito horas.

Foi, portanto, uma coisa que me deu bagagem suficiente para eu, hoje, poder dar certos passos, como os que já dei a nível profissional e não só no ramo da representação. Muitas vezes, as pessoas confundem e acham que representação é uma coisa e apresentação é outra e, realmente, são duas coisas bem distintas. No entanto, encontramos ferramentas que podem ser usadas de um campo para o outro.

Na altura que idade é que tinha?

Isto foi em 2012. Tinha 20, 21 anos...

Daí essa experiência lá fora também ter sido mais marcante...

Sim foi, foi mesmo o auge. Eu já tinha uma vida mais estável e estabelecida aqui mas, na verdade, não era o suficiente para ficar satisfeito. Senti, quando estava só na rádio, que faltava sempre qualquer coisa. E esse qualquer coisa era a representação e a apresentação também.

Estando em Los Angeles, não se sentiu tentado em ficar lá e tentar viver o sonho americano?

Sim, completamente! Mas, para viver fora, é um visto e eu esse visto só tinha de estudante. Há certos critérios a nível burocrático que eu não completava para ficar lá. Portanto, foi-me impossível. Mas, sim, era uma das coisas que eu realmente queria e, hoje em dia, eu não excluo a possibilidade de voltar para lá, se completar os critérios que eles exigem.

Veja na página seguinte: A comparação elogiosa que agrada a João Montez

É atualmente considerado uma das maiores promessas da televisão nacional. Como é que encara essa situação e como é que lida com esse estatuto?

Com uma grande responsabilidade aos ombros, não é? Tento apenas fazer o meu trabalho e faço aquilo que gosto ao máximo. Isto é um bocadinho cliché mas funciona assim. Acho que a falta de homens na televisão portuguesa, sobretudo de apresentadores, principalmente na TVI, acaba por ser uma vantagem. Uma vantagem que encaro com os pés assentes no chão, primeiro que tudo.

Acho que ainda me falta muito para estar ao nível dos apresentadores da primeira linha desta casa. No entanto, o caminho faz-se passo a passo e vou criando algumas ferramentas... Mas se sou ou não sou uma promessa só as outras pessoas é que o podem dizer. Mas é um bom estatuto, não posso mentir!

Há quem o considere uma versão masculina da Isabel Silva, atualmente uma das apresentadoras mais populares da TVI...

Aí é? [risos] Ainda nunca tinha lido isso. Não sei…

É uma comparação elogiosa?

A Belinha tem uma energia que é muito difícil de bater, antes de tudo. Mas, a nível de reportagem, que é uma coisa que eu tenho feito mais recentemente com muita frequência e tenho gostado bastante do contacto com o entrevistado, que é um contacto um bocadinho menos formal… A Belinha é a profissional dos vox pops, das reportagens populares.

Portanto, ser comparado com ela é algo que me deixa muito satisfeito, mas acho que ainda me falta algum trabalho... Na verdade, faltam-me oportunidades para o mostrar. Já me sinto à altura de certas oportunidades, falta essas oportunidades começarem a surgir. Acho que é um bocadinho por aí...

E trilhando esse caminho, conquistando esse espaço, o que é que se vê a fazer? O que é que gostava de fazer em termos de apresentação? Vê-se a apresentar concursos e reality shows ou vê-se mais com um programa da manhã, como o que apresenta Manuel Luís Goucha?

Sou muito fã de talk shows e do late night. Prime time ou late night, o que fosse… Mas o talk show é mesmo o formato que mais me satisfaz e que mais me permite, se calhar, explorar a minha personalidade televisiva. Sendo que não descarto qualquer outra possibilidade e nunca iria dizer que não a outros formatos, até porque são desafios e eu gosto de ser desafiado.

Tem entrevistado várias figuras públicas para o espaço televisivo «Mais VIP, mais forma», onde elas têm partilhado várias dicas saudáveis. Quais foram as que o mais surpreenderam até agora? 

Posso falar da do Nuno Eiró [apresentador de televisão da TVI]. O Nuno é uma pessoa que não gosta de treinar. A minha dificuldade quando pensei nele para rubrica foi esta. Como é que vou passar lá para casa a mensagem de uma dica de exercício físico de alguém que não gosta de treinar e que é adepto dessa vida saudável mas com muitas reticências.

A dica do Nuno é obrigar-se a fazer exercício. Ele, hoje em dia, continua a dizer que não gosta de exercício físico mas como é, realmente, muito persistente e tem resultados que pretende alcançar, acaba por ser muito transparente e acho que as pessoas que veem em casa se identificaram.

Veja na página seguinte: O desejo de entrar numa telenovela da TVI

Fez, além de teatro, várias curtas-metragens. Também entrou na série da RTP «Bem-vindos a Beirais» e na telenovela «Mar Salgado» da SIC. Dada a sua ligação à TVI, há hipótese a vir a entrar numa das telenovelas do canal?

Eu estou todos os dias à espera dessa oportunidade. Já fiz coisas a nível de ficção para a SIC e para a RTP e para a TVI, que é provavelmente o canal que mais aposta desde sempre em ficção, é estranho eu não ter feito nada. Mas ainda não surgiu o convite, daí que ainda não tenha surgido a possibilidade. Já estive perto de fazer certas coisas. Ainda não se deu a oportunidade de fazer mas eu acho que virá… Espero que sim. Pelo menos, conto com isso.

Essa é uma parte da carreira que gostava de manter em paralelo com a apresentação?

Sim e, hoje em dia, muitos profissionais da televisão e da área fazem esse paralelismo entre apresentação e representação. Porque não também continuar a fazê-lo aqui? E na TVI, por exemplo, verdade seja dita, não temos nenhum apresentador e ator, sendo que nos outros canais, na SIC por exemplo, lembro-me do Ricardo Pereira. Há tanta gente que faz as duas coisas e que faz as duas coisas bem. Portanto, sim, eu queria, se fosse possível, continuar a fazer as duas coisas ao mesmo tempo.

Também já desfilou?

Sim, mas isso é mesmo uma coisa que só faço por convite. Não sou modelo...

Nem nunca quis ser?

Nunca quis ser não, não. Tenho respeito pela moda porque tenho até muitos amigos profissionais dessa área, como é o caso do Nuno Gama, mas nunca me suscitou interesse. Faço-o por convite e porque acho graça mas só dois ou três dias por ano . Convidam-me e, claro, tenho todo o prazer em dar a cara pelas criações deles.

A cara e o corpo...

Sim, a cara e o corpo!

A sua forma física não deixa nenhuma mulher indiferente, pelo menos as que o seguem nas redes sociais. Vê-se pelos comentários e por muitas das fotografias que exibe. O que é que faz para ter um corpo assim?

A rubrica de que falámos há pouco, o «Mais VIP, mais forma», surge pelo gosto que eu tenho pelo exercício físico e por uma vida saudável. O que é que eu faço? Treino todos os dias. Há uns anos, não era assim, mas hoje já não passo sem treinar. Curiosamente, quando fui para Los Angeles, tinha muito tempo disponível à noite e estava sozinho depois das aulas.

Então, como eles têm ginásios abertos 24 horas por dia, para não estar sozinho em casa, porque fazia-me confusão ao início, acabava por estar muito tempo no ginásio. Fui criando alguns amigos e conhecendo treinadores pessoais que me cultivaram o gosto pelo exercício físico. Mas, atenção, não sou nenhum fundamentalista nem nada que se pareça!

Acho que faço exercício e tenho esta alimentação saudável porque hoje em dia é quase uma extensão da profissão. Também passa muito por aí. Eu acho que percebi a tempo, ainda nos EUA, uma vez que ia trabalhar com a minha imagem, que fazia sentido que essa estivesse de acordo com aquilo que eu acho que é o apresentável. Por isso, dediquei-me ao meu máximo e vou continuar a dedicar.

Veja na página seguinte: O que João Montez faz para ter um corpo de sonho

E o que é que faz?

Treino no ginásio. Faço treino de ginásio todos os dias ou quase todos os dias. Uma horinha por dia chega! E agora, mais recentemente, comecei a fazer eletroestimulação muscular, da qual fiquei fã, ali no E-Fit no Parque das Nações [Lisboa]. Trata-se basicamente da estimulação do músculo através de um processo de eletroestimulação.

Estamos ligados a uma máquina e é uma coisa que funciona na perfeição para quem não tem tempo porque o treino é só de 20 minutos e equivale a uma hora e tal. Portanto, acaba por ser isto. Relativamente à alimentação, já fui mais cumpridor e disciplinado do que sou hoje em dia. Como hidratos ou tento comer muito à base de carnes brancas, de peixe e por aí...

E a que é que é mesmo muito difícil de resistir?

Gelado, gelado, gelado... E pipocas! Por exemplo, nunca eliminei as pipocas da minha alimentação. Quando me apetece, como as pipocas que me apetecer. Portanto, não é por aí. E com o gelado é a mesma coisa. Sou viciado!

Esteve em Nice pouco tempo antes do fatídico atentado de julho de 2016. O que é que sentiu quando viu as notícias desse ataque terrorista?

É curioso. Escolhi o destino na altura, duas semanas e meia antes, porque achava que não ia acontecer nada ali. Qual não é o meu grande espanto quando, passadas duas semanas e meia, acontece. Vi com alguma tristeza. Todos os dias em que estive de férias passei lá. Aquilo podia ter sido connosco e não está tão longe de acontecer.

Li também, há dias, um post do Bruno Nogueira, que disse uma grande verdade e que não era brincadeira nenhuma. «Hoje em dia, o lugar que nós achamos que é seguro amanhã já não é», escreveu ele. E isso deixou-me a pensar. Eu achava que Nice era uma cidade segura. Achava que ali não ia acontecer nada e aconteceu...

Neste momento, muitas pessoas estão a alterar hábitos de viagem por causa do terrorismo. Também vai ser esse o seu caso? Quando escolheu Nice, já andava à procura de um sítio mais seguro e tranquilo?

Sim, já foi. Hoje em dia, penso duas vezes, apesar de não ter muitas férias para tirar. Sei que hoje em dia se evitam Paris e se evita Bruxelas… Acho que vai ser cada vez mais uma afirmação poder escolher o sítio e não pensar como é que será. Será que vai acontecer alguma coisa ou será que não? Se calhar, é melhor ir para um determinado sítio onde ainda não aconteceu nada. Hoje em dia, é triste, mas esse pensamento vai surgir sempre antes de marcar uma viagem ou antes de marcar umas férias.

E tem medo que aconteça um atentado terrorista em Portugal?

Tenho algum receio mas, obviamente, não penso nisso todos os dias, porque senão hoje não fazíamos a nossa vida. Mas é um bocadinho por aí... Pode acontecer! Hoje em dia é seguro mas, se calhar, amanhã não o é e isso deixa-me preocupado, se pensar nisso a fundo. Mas tempo não pensar...

Veja na página seguinte: A explicação para o nome que adotou nos EUA

No seu site diz que gosta que lhe chamem Johnny. Por alguma razão em especial?

Nos EUA, é muito difícil pronunciar o nome João. Ninguém o conseguia dizer. Saíam sempre coisas como Juau. Então eu optava sempre por dizer que me chamava João mas que me podiam chamar Johnny. Isso facilitava logo as coisas... Se as pessoas que quiserem tratar assim, força. Mas isso era mais relativamente aos EUA...

Em Portugal já se tornou um hábito as figuras públicas irem ao «Alta Definição» da SIC para fazer revelações que nunca tinham feito. Se fosse convidado para ir ao programa o que é que tinha para revelar?

Ui… Para confessar? Agora tinha de pensar um bocadinho… Uma das coisas que tinha para confessar era que, quando era miúdo, achava que ia ser membro de uma boys band. Acho que é a única coisa que me recordo assim... Apesar de não ter jeito nenhum para cantar e de, para dançar, ter muito pouco…

Achava piada ao fenómeno?

Achava piada ao fenómeno na altura dos Excesso. A coisa mais vergonhosa que tinha para confessar, provavelmente, era essa.

Há pessoas que para singrarem na carreira não têm problema em entrar num reality show. Era capaz de entrar numa «Casa dos segredos», por exemplo?

Não, jamais… O caminho que eu quero percorrer é pelo lado profissional da coisa, mostrando que tenho talentos e algumas ferramentas que me possibilitam ser o apresentador que eu acho que poderei ser. Participando num reality show, e não tenho nada contra as pessoas que o fazem, acho que isso acaba por não ser vantajoso. Acho que acaba mesmo por ser uma desvantagem para, depois, singrar numa carreira.

E se as pessoas acham que é o contrário, estando eu já do lado de dentro da televisão, tenho a dizer que não, que acho que não é o caminho certo. Há por aí tantos workshops de televisão para serem feitos. Participar num reality show nunca é nem nunca será uma dessas formações para depois se ser alguém conhecido.

Se quisermos só falar de fama, acho que sim. Acho que faz todo o sentido se as pessoas quiserem ser famosas. Esse não é de todo um objetivo meu. Para mim, não faz sentido.

E se, por exemplo, a TVI o desafiasse a participar num reality show de celebridades, como o «Big Brother VIP»?

Diria que não, porque acho que acaba, se calhar, por retirar a imagem que o público poderá ter de mim. Porque estamos ali 24 horas rodeados de câmaras e, lá está, eu prezo muito o meu lado pessoal e íntimo. Não me imagino exposto a tanta câmara todos os dias...

Voltando à «Casa dos segredos», tem algum segredo?

Não, acho que não… Toda a gente tem segredos, na verdade, mas não tenho nenhum assim que me seja notório.

Veja na página seguinte: Como João Montez lida com a exposição da vida pessoal

Falou, há pouco, na necessidade de resguardar a vida pessoal. Entretanto, já apareceu fotografias com a sua namorada na imprensa. É uma daquelas figuras públicas que não se importa de partilhar um bocadinho mais da vida pessoal porque o público tem essa curiosidade ou, pelo contrário, é daquelas celebridades que só o mostram quando é estritamente necessário, porque têm um projeto ou uma marca para promover?

Não, é mesmo pela primeira opção. Acabo por perceber que, o público do lado de lá, tenha alguma curiosidade para saber quem são aquelas figuras que veem na televisão, o que é que fazem, com quem é que se dão, com quem namoram... Não acho que seja, regra geral, uma coisa que se precise de mostrar todos os dias, daí não o ter feito. Faço-o esporadicamente, pontualmente porque sinto que acho que há essa necessidade.

Quando muita gente pergunta e quer saber com quem é que ando, acho que faz sentido. Eu comparo isto a uma empresa. Quando há um jantar, as pessoas são convidadas a levar a cara-metade ou um amigo. Eu vejo essas exposições que já fiz com a minha namorada na imprensa um bocadinho como o jantar de empresa. Não o vou fazer todos os dias. Faço-o só quando acho que tem de ser assim, tal como sucede com toda a minha vida pessoal.

E, quando o faz, ela encara-o bem ou, de alguma maneira, sente que é uma coisa que tem de fazer porque tem de ser?

Ela não é muito dada a exposições, verdade seja dita. Pelo menos deste tipo. Até porque certas festas e tudo mais são, muitas vezes, depois de um dia de trabalho. Acaba por ser cansativo mas ela fá-lo com gosto. A minha linha de pensamento é exatamente a dela. Eu é que sou da área. Por isso eu, é que tenho de aparecer, não ela. Eventualmente, uma vez por outra, faz sentido, agora todos os dias não. Mas ela está tranquila com isso. Só que não gosta muito...

Estamos a mais de meio do ano. Para os próximos meses, tem muitos projetos profissionais? Alguma coisa que se possa saber já?

Para já, para já, não. Há certas coisas que poderão vir a concretizar. Vontade há muita. Vontade de muitos projetos de ficção, de apresentação, um concurso, o que quer que seja... Portanto, vamos ver. É esperar...

Para terminar, um pequeno inquérito de Verão. Primeira pergunta, campo ou praia?

Praia, sempre!

Mar ou piscina?

Mar.

Bola de berlim ou salada de tomate?

Bola de berlim... na praia!

Sardinha assada ou febra na brasa?

Sardinha assada… Por acaso, tornei-me num grande adepto de sardinhas. Adoro!

Cerveja ou vinho?

Vinho.

Barco ou avião?

Barco. Apesar de viajar e de adorar viajar e de ter sempre a possibilidade de viajar de avião.

Fora ou dentro?

Fora.

Facebook ou instagram?

Instagram, mesmo!

Texto e fotografia: Luis Batista Gonçalves em Epic Sana Lisboa Hotel