O criador português Pedro Pedro foi o nome escolhido pelos organizadores angolanos para desenhar os vestidos de noite das 10 modelos seleccionadas para a final do Elite Model Look Angola .

De regresso a Portugal e à Moda Lisboa, o Sapo Mulher falou com o costureiro para saber como correu esta experiência e qual a sua opinião sobre a moda nacional.

Foi escolhido para vestir as finalistas do Elite Model Look em Angola. Surpreendeu-o o convite?
Sinceramente, devo dizer que sim. Mas passado o momento da (agradável) surpresa, aceitei-o com o maior prazer e não estou nada arrependido. Antes pelo contrário.

Foi a sua primeira visita a Angola ou a terras africanas?
Não, de modo nenhum. Nasci em África, um pouco por acaso na República Centro Africana, e é a segunda vez que visito Angola.

Que impressões é que trás do país, nomeadamente a forma como se vestem e produzem tanto no dia a dia como nas festas?
Sabe-se que Angola é um país em grande transformação. No que diz respeito à moda, pude reparar nas pessoas que se vestem no dia-a-dia de um modo “casual”. Para situações mais especiais, as mulheres soltam o seu sentido estético, que, diga-se, é bastante apurado.

As angolanas são, por natureza, vaidosas. São muito diferentes das portuguesas?
Bastante. Pareceram-me bastante menos conservadoras, sem medo de arriscar. O seu sentido da cor é fantástico e, no conjunto, achei-as muito divertidas e elegantes.

Qual a sua opinião sobre a vencedora. Era a sua preferida?
A Roberta é uma modelo com muito potencial. Diga-se também que, no geral, o nível das candidatas era bastante elevado. Claro que, pessoalmente, tinha três ou quatro candidatas preferidas, mas ainda bem que não me coube decidir. Teria sido difícil, embora ache que, no fim, o prémio foi muito bem atribuído.

Em relação à sua colecção para a estação fria como é que a descreve?
É-me sempre um pouco difícil passar as ideias para palavras. Prefiro passá-las para a roupa. Mas muito resumidamente: urbana, feminina e jovem.

A silhueta da mulher está bem definida nas suas criações. É esta a mensagem que pretende transmitir?
As opções que vou fazendo variam muito de estação para estação, como é próprio da moda. Por vezes gosto de acentuar um lado mais sexy, outras vezes prefiro soluções mais descontraídas.

O que mudaria na mulher portuguesa?
Propor-lhes-ia que arriscassem mais e que usassem mais cor. Numa palavra, mais kuduro.

Já conquistou diversos prémios, qual o seu grande sonho ainda por atingir?
Conquistar a preferência das mulheres angolanas e ganhar um jackpot (risos).

As tendências internacionais para a primavera/Verão 2011 estão aí. O que nos pode desvendar da sua?
A minha colecção do próximo Verão apostou sobretudo nos estampados e na versatilidade das peças.