Christian Bale está cansado das exigências dos realizadores e tem aproveitado as entrevistas de promoção do novo filme para se queixar publicamente. O ator britânico de 45 anos, que perdeu mais de 27 quilos para protagonizar "O maquinista", engordou, de seguida, perto de 22 para encarnar o ex-vice-presidente dos EUA Dick Cheney em "Vice" e voltou novamente a emagrecer, desta vez quase 32 quilos, para o novo "Le Mans '66: O duelo", que estreou ontem em Portugal.

Agora, preocupado com a saúde, Christian Bale pede o fim destas imposições, que, como pode recordar na galeria de imagens que se segue, também já afetaram a vida de colegas como Charlize Theron, Jonah Hill ou ainda Matt Damon. "Se continuar assim, posso morrer e eu não quero morrer", afirma o ator britânico, nascido em 1974 no País de Gales. Nos últimos anos, devido às exigências profissionais, o peso do ator chegou a oscilar entre os 59 e os 103 quilos.

A perda de peso recorrente do ator tem sido tema de conversa nas conferências de imprensa de promoção do novo filme. "Eu emagreci muito porque foi necessário para entrar num [Ford] GT40 mas não morri", desvaloriza Christian Bale. Ainda assim, mostra-se crítico em relação às (muitas) exigências da indústria cinematográfica atual. "Preocupa-me que seja um tópico de conversação na atualidade porque não é saudável as pessoas fazerem isto", condena o ator.

"Parece que [emagrecer e engordar para um papel] se tornou numa espécie de prova em como estamos empenhados na interpretação de uma personagem. Eu nunca o vi assim mas preocupa-me que outros o possam encarar dessa maneira e que um dia destes possa mesmo haver uma tragédia por causa disso. Este tipo de situações deveria ser uma anomalia", critica Christian Bale. Matt Damon, que perdeu 23 quilos para um filme e engordou 14 para outro, apoia-o.

"Eu cheguei a pesar 58 quilos, o que é manifestamente pouco para mim. Habitualmente, peso 86", revela o ator norte-americano, outro dos protagonistas da película "Le Mans '66: O duelo". Hoje, mais consciente do problema das oscilações de peso, Matt Damon arrepende-se de não ter sido devidamente acompanhado por um nutricionista ou por um dietista no período de preparação para o filme "Coragem debaixo de fogo", realizado por Edward Zwick, em 1996.

"Tive a ajuda de um fisiculturista que me fez uma dieta como as que eles seguem", confidencia. "Eu segui-a durante quatro meses mas foi uma coisa muito pouco saudável. Acabei mesmo por ter de ser medicado. Foi uma coisa estúpida! Ainda para mais, as cenas que gravei enquanto estava magro eram um flashback [memória anterior] e tive apenas três semanas para ganhar o máximo de peso que conseguia. Comecei a comer desalmadamente. Foi um desastre", assume.