Chrissy Teigen perdeu o filho, Jack, há algumas semanas e, desde então, tem lidado com a dor de forma silenciosa, contando com o grande apoio do marido, John Legend.

Dias após ter revelado que perdeu o bebé durante a difícil gestação, a modelo, de 34 anos, decidiu abrir o coração para falar desta fase.

"Não fazia ideia quando é que estaria pronta para escrever isto", começou por dizer enquanto desabafava sobre a perda e sobre como a bondade dos fãs a ajudou a recuperar, referindo o quanto significaram para si as flores e bilhetes que recebeu.

"Depois de termos perdido o Jack, fiquei extremamente preocupada por não ser capaz de agradecer a todos por tanta bondade. Queria agradecer a todos. [...] Para mim, a nota 'não há necessidade de responder' foi um verdadeiro alívio", destacou, realçando todo o apoio que tem recebido.

Ao recordar o dia difícil em que perdeu o bebé, a modelo confessou que a dada altura "já se tinha conformado com o que iria acontecer". "Tomaria a epidural e seria induzida a dar à luz o nosso filho com 20 semanas, um menino que nunca teria sobrevivido na minha barriga", disse.

"Eu tinha estado em repouso, de cama, durante mais de um mês, apenas a tentar fazer com que o menino chegasse às 28 semanas", acrescentou, explicando que assim seria mais "seguro" para o feto.

A modelo contou que os médicos a diagnosticaram com descolamento parcial da placenta. "Sempre tive problemas de plancenta. Tive de dar à luz o Miles um mês antes porque o seu estôgamo não estava a conseguir comida suficiente da minha placenta", recordou.

"Mas este foi o primeiro descolamento [da placenta]. [...] Na cama, sangrei e sangrei, levemente, mas os dias todos, trocando as minhas próprias fraldas a cada duas horas", partilhou, explicando que era acompanhada pelo médicos em casa.

"Ainda fui atendida por médicos em casa, silenciosamente, transformando as suas palavras negativas em positivas, pensando que tudo ainda poderia acabar bem", confessou.

Depois teve uma "péssima noite" na cama, começou a sangra um pouco mais do que o 'normal'. "O fluido à volta do Jack tinha ficado muito baixo - ele mal conseguia flutuar. Em alguns momentos, sentia que estava tão baixo que se me deitasse de costas conseguia sentir os seus braços e pernas fora da minha barriga", contou.

E depois de ter passado algumas noites no hospital, acabou por receber a triste notícia. "Era hora de dizer adeus. Ele simplesmente não sobreviveria a isto e, se durasse mais, eu também não", lamentou, destacando que chegou a fazer várias transfusões de sangue.

"Disseram-me que seria hora de o deixar", lembrou, destacando o quanto chorou após esse momento e como ficou "profundamente triste". "Escrever isto fez-me sentir dor novamente", admitiu. "O oxigénio foi colocado no meu nariz e boca, essa foi a primeira foto que vocês viram", continuou.

Chrissy pediu à mãe e ao marido que tirassem fotos deste momento. "Expliquei a um John muito hesitante que precisava delas e que não queria ter de pedir. Que ele simplesmente tinha de fazer isso. Ele odiou. [...] Mas eu sabia que precisava de ficar com este momento para sempre, da mesma forma que precisava de me lembrar de nos beijarmos no final do corredor, da mesma forma que precisava de me lembrar das nossas lágrimas de alegria depois de nascer a Luna e o Miles. Eu sabia que precisava de partilhar esta história", escreveu.

A modelo disse ainda que não se importa com as pessoas que se mostraram contra o facto de ter fotografado tal momento. "Eu vivi, escolhi fazer e, mais do que tudo, estas fotos não são para ninguém, mas para as pessoas que viveram isto ou estão curiosas o suficiente para perguntar como é algo assim. Estas fotos são apenas para as pessoas que precisam delas. Os pensamentos dos outros não me importa".

Recordando o momento em que teve de dar à luz o filho, já sem vida, a manequim disse: "Fiquei deitada durante horas, à espera que me dissessem que seria a hora de empurrar. Obviamente, não tive de dilatar muito, ele ainda era pequenino. Estava deitada de lado, trocando de lado a cada hora, mais ou menos, sempre que a enfermeira mandava. [...] Abri as pernas e comecei a virar para encarar o John e assim mesmo, ele estava a sair. Os médicos gritaram um pouco e... não sei o que dizer, mesmo agora. Ele estava fora [da minha barriga]. A minha mãe, o John e eu abraçámos [o bebé] e despedimo-nos em particular, a minha mãe a soluçar durante uma oração tailandesa. Pedi às enfermeiras que me mostrassem as mãos e os pés, e beijei-o sem parar. Não faço ideia de quando parei. Pode ter durado dez minutos ou uma hora", partilhou.

Chrissy Teigen revelou ainda que as cinzas do bebé estão numa pequena caixa e que vão ser colocadas "no solo de uma árvore" na casa do casal.

Refletindo sobre o que tem sentido após esta experiência, a modelo destacou: "As pessoas dizem que uma experiência como esta cria um buraco no coração. Um buraco certamente feito, mas que foi preenchido com amor de algo que eu tanto amava. Não parece vazio, este espaço. Parece cheio. Talvez 'também' a explodir, na verdade. Encontro-me a chorar aleatoriamente, a pensar em como estou feliz por ter duas crianças incrivelmente maravilhosas que enchem esta casa de amor", desabafou, falando dos filhos mais velhos, Luna e Miles.

"Também choro quando fico com raiva de mim mesma por ser muito feliz", acrescentou, confessando que por vezes "esquece-se de que já não está grávida", por vezes "segura a barriga" e fica ansiosa quando as crianças saltam para a barriga. "A clareza após esses momento deixam-me sempre triste".

Chrissy incentivou ainda outras mulheres que tenham vivido situações semelhantes a partilharem a sua história publicamente, e que todos os outros "sejam gentis com aqueles que abrem os seus corações". "Sejam gentis no geral, já que alguns não vão abrir-se de maneira nenhuma", aconselhou ainda.

A modelo teme ainda que agora as pessoas não se sintam confortáveis para partilhar consigo os momentos de felicidade. No entanto, garante: "Estou rodeada pelas barrigas de grávidas de muitas amigas íntimas e posso jurar, nada me deixa mais feliz".

"Sabia que precisava de dizer algo antes de poder seguir em frente e voltar à vida, por isso, agradeço realmente por me permitirem fazer isso. O Jack será amado, explicado aos nossos filhos como existindo no vento, nas árvores e nas borboletas que eles veem. Muito obrigado a cada pessoas que nos teve nos pensamentos ou chegou a enviar-nos o seu amor e histórias. Temos uma sorte incrível", rematou.

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