Ana Free é uma cantora portuguesa de 23 anos que atingiu a fama através de um canal de música no YouTube. Começou a escrever e compor música a partir dos 9 anos, altura em que aprendeu os primeiros acordes na guitarra. Vive actualmente no Reino Unido, onde tirou uma licenciatura em Economia e continua a perseguir o sonho da música.
Porquê Ana Free?
Começou por ser uma brincadeira, precisava de dar um nome à minha conta no YouTube e para a minha carreira na música queria ter um nome diferente, mas ao mesmo tempo manter a minha identidade. O Free acabou por surgir na minha cabeça… Juntei ao meu nome próprio, Ana, e assim se criou esta nova identidade.
Qual é a diferença entre a Ana Ferreira e a Ana Free?
Não há muita diferença, pois são dois lados da mesma pessoa que se cruzam e complementam diariamente. Sempre gostei de ter nomes diferentes, de ter vários apelidos. Tenho amigos que me chamam Aninhas, outros que me chamam Anita e até sou chamada de Bel. São brincadeiras que surgem e que vão ficando e com elas fica a sensação de sermos especiais. O facto de ter tantos nomes carinhosos só mostra o quanto gostam de mim, e o nome Ana Free só vem servir de complemento a isso.
Com que idade começaste a sentir que tinhas uma Ana Free dentro de ti?
Acho que sempre tive essa identidade criativa dentro de mim… Sempre escrevi poemas e textos desde os 7 anos e as músicas começaram a surgir aos 9 anos. Como sempre gostei de ler muito e essas histórias acabaram por criar mundos diferentes dentro da minha cabeça! Acabava por escrever sobre coisas que nunca tinha passado e lugares que nunca tinha visitado, tudo fruto da minha imaginação.
Qual foi a tua principal inspiração?
Sinceramente não sei, não me lembro… Era muito nova! Estava a aprender os primeiros acordes na guitarra com o meu pai e talvez isso me tenha inspirado a querer aprender mais e a conseguir escrever as minhas músicas. Mas acredito que a minha imaginação foi a principal responsável pela minha inspiração.
Achas que o facto de escreveres música acaba por ser um escape para os teus problemas?
Sempre foi uma forma de viajar… Agora é diferente, porque consigo escrever músicas baseadas numa memória ou depois de ouvir uma melodia num concerto. Há qualquer coisa que dispara o efeito dominó em mim, ou seja, vou na rua, vejo qualquer coisa, ou oiço um som e a minha cabeça começa automaticamente a criar uma nova música. O facto de poder escrever sobre coisas diferentes, seja um momento feliz ou mais atribulado acaba por me distanciar dos meus próprios problemas. Ao escrever uma música sinto que largo um peso e isso faz-me sentir uma pessoa totalmente nova.
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Quanto tempo demoras a escrever uma canção?
Depende. Já houve fases em que passava 7 ou 8 meses sem escrever nada, mas logo a seguir consigo escrever 5 músicas em apenas uma semana. A inspiração tem muita importância no processo criativo e quando estou num momento de grande inspiração consigo escrever uma música em apenas 10 minutos. E estas são normalmente as que me dão mais gozo.
Qual é a música que marca a tua carreira?
Todas têm uma escala diferente e marcam momentos distintos mas sem dúvida que a “In my place” definiu o início de algo muito especial, da minha carreira e daquilo que eu espero fazer para o resto da vida.
Como foi para ti assistir à tua popularidade a crescer na Internet? Alguma vez pensaste que isto te podia acontecer?
Quando criei o meu nome artístico e a minha conta no YouTube não foi com essa expectativa. Eu queria passar a minha mensagem, a minha música para o mundo e ele deu-me algo em troca que nunca pensei ser possível. Mas ao fazermos isto, ao expormos as nossas músicas estamos sujeitos a que muita gente nos oiça e goste e é claro que isso sempre foi o meu objectivo: chegar ao máximo de pessoas possível.
O facto de cantares em inglês deve-se à formação que recebeste ao estudares numa escola internacional desde criança?
Claro que ajuda, mas a minha mãe é inglesa por isso sempre tive ligação com a língua. Acho que ia acabar por chegar a este caminho…
Agora estás a viver em Londres. Do que sentes mais falta em Portugal?
Decidi ir para Londres porque os meus pais sempre quiseram que eu e o meu irmão fossemos para fora. Escolhi Inglaterra pela ligação com a língua, claro. De Portugal sinto muitas saudades da família. E de Portugal em si: do ritmo, de viver ao pé da praia, do sol, da energia da cidade, de conduzir, da comida… das coisas pequenas mas que para mim fazem toda a diferença.
Sentes-te sozinha em Londres?
Não me sinto sozinha, a música acompanha-me sempre. Desde miúda que sou conhecida por estar sempre a ouvir música. Não consigo estar um único dia sem música na minha vida. Eu sou uma pessoa que se adapta facilmente aos sítios por isso sinto-me bem em Londres.
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Quem é o teu maior ídolo musical?
Talvez a Pink por ser uma artista com garra e atitude e por passar também uma mensagem positiva e saudável. Também gosto muito da Shakira porque cresceu num local difícil e conseguiu vingar, nunca se esquecendo das origens.
Achas que o contacto com os fãs é imprescindível?
Totalmente! Eu estou sempre ligada às redes sociais para poder estar o mais perto possível dos meus fãs. Tento sempre contar-lhes tudo e responder a todas as perguntas que me colocam. Para mim este contacto é essencial e natural. São os fãs que nos fazem crescer e que nos dão a dimensão enquanto artistas, por isso eu quero dar sempre 150% aos meus fãs. Antes dos concertos não saio nem bebo, exactamente para poder dar tudo, é o mínimo que eles merecem de mim.
Qual era o palco onde mais gostavas de actuar?
No Pavilhão Atlântico, a solo e no Madison Square Garden.
Estás a fazer uma sessão de fotos para o teu site no sentido de actualizar o teu visual. Como vês a nova Ana Free?
Achei que precisava de actualizar a minha imagem, porque as fotos que tinha já não estavam de acordo com aquilo que eu sou hoje e com a forma como me sinto. Hoje tenho uma garra diferente e quis actualizar o que sou para me sentir bem. O meu registo agora é mais Pop, a nível musical e por isso acho importante que a imagem vá de encontro a isso.
Quais os teus grandes sonhos?
Tenho muitos projectos num futuro próximo o que me dá a convicção que irei conseguir alcançar o meu sonho: ser uma artista mundial. Mas o mais importante é continuar a ser feliz: genuína, honesta, carinhosa e continuar rodeada de amor como estive até agora. Acredito que o amor nos leva mais longe.
Por Patrícia de Sá Oliveira
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