
Duarte Pio, de 79 anos, e Isabel de Herédia, de 58, são os protagonistas de uma das histórias de amor mais reais em Portugal. Casaram há precisamente 30 anos, no dia 13 de maio de 1995, perante uma multidão de pessoas que os aguardava ansiosamente à porta do Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.
Os 21 anos de diferença não impediram que se apaixonassem e construíssem uma vida a dois que levou ao nascimento de três filhos: o príncipe Afonso, de 29 anos, a infanta Maria Francisca, de 28, e o infante Dinis, de 24.
Uma história de amor que começou na infância
Isabel de Herédia conheceu D. Duarte ainda na infância - aliás, foi este que a ensinou a nadar em Angola - mas a amizade só surgiu por volta dos 18 anos. Aconteceu durante uma visita do duque de Bragança à casa da futura mulher em São Paulo, no Brasil. O lado mais opinativo de Isabel (que foi corrigido pela mãe) chamou a atenção do duque e, desde então, nunca mais se afastaram.
A história foi partilhada pela própria duquesa numa entrevista que deu ao podcast 'Geração 60', apresentado por Conceição Lino: "Acho que sou uma curiosa e o meu marido é uma pessoa que, quem não o conhece, não sabe o quão interessante ele é. Falávamos de tudo".
Depois de anos de convivência, Isabel de Herédia revelou o que a levou a escolher Duarte como seu companheiro de vida: "Como o Duarte era o meu grande amigo nunca senti essa diferença de idade. Quando era mais nova, durante muito tempo achava que ele tinha de casar com uma das primas dele, como era de esperar na altura. Houve pessoas que estavam interessadas em mim e até digo isso sempre aos meus filhos e aos amigos: comecei-me a ver como se eu fosse uma cómoda cheia de gavetas e nós, conforme as pessoas que nós estamos, vamos nos adaptando. E a certa altura pensei: quem é que conhece as minhas gavetas todas? E era o Duarte".
A duquesa de Bragança, que se assume como uma pessoa prática, partilhou ainda aquilo que considera ser a chave do sucesso de um relacionamento - na verdade, este é o conselho que dá aos filhos e aos amigos.
"Eu digo 'não casem por paixão, casem por amor'. Tenham esse amor, tentem encontrar alguém que tenha os mesmos valores, que acreditem no que nós acreditamos. Que seja uma pessoa que trabalhe, que seja curiosa, que tenha senso de humor e acima de tudo que nos deixe ser o que somos. Essa é a grande qualidade do meu marido, ele nunca me quis mudar e eu também nunca o quis mudar", afirmou, acrescentando que o importante são os valores em que se acredita, até porque "a paixão acaba, mas o amor aumenta".

O pedido de casamento, ou melhor, os pedidos...
A decisão de subir ao altar com D. Duarte Pio foi muito ponderada por Isabel de Herédia, de tal maneira que não aceitou o primeiro pedido de casamento do duque de Bragança. "Tenho de pensar", foi a resposta que deu à época.
"Como eu dei uma volta à minha vida tive de pensar bem se queria abdicar de uma certa liberdade, de certas coisas, na altura hesitei um bocadinho. O Duarte achou que essa minha hesitação era um não e disse que então se não quisesse não era preciso e aí fiquei ofendida, porque aí era o Duarte a dizer que não", afirmou no programa 'Dois às 10', em 2021, para o qual foi convidada com o marido.
"Não foi tão difícil quanto eu pensava, mas na altura assustei-me um bocadinho, porque era uma responsabilidade", confessa.
O segundo pedido aconteceu no Brasil, quase um ano depois. O duque de Bragança não desistiu deste grande amor, até porque 'concorrência' não faltava. "Fiquei um bocado preocupado porque tenho primos muito simpáticos no Brasil e pensei 'se calhar há lá qualquer coisa, por isso é melhor antecipar-me'", confessou no programa em tom de brincadeira.
O dia da festa
"O casamento dos duques de Bragança foi uma enchente, uma festa popular com as pessoas a gritar 'viva o rei!'": foi desta forma que Alberto Miranda, especialista em famílias reais, lembrou a cerimónia em declarações ao Fama ao Minuto.
"Durante todo o século XX a família real, como tinha sido exilada em 1910, não se casou em Portugal. Portanto, o casamento dos duques de Bragança foi o primeiro casamento da família Bragança no século XX", destacou.
Cerca de 3000 convidados aguardavam o casal na igreja. A estes juntaram-se centenas à porta do mosteiro e foi para eles que Isabel de Herédia fez questão de tirar o véu e mostrar-se pela primeira vez, quebrando o protocolo, ação que a "descontraiu", como já referiu publicamente em diferentes ocasiões.
Num dia soalheiro de maio, Isabel de Herédia deslumbrou com um vestido da costureira portuguesa Laurinda Farmhouse, de manga curta, em seda e um corpete com bordados inspirados em Nisa. No que diz respeito às joias, a noiva usou uma tiara que pertencia à rainha D. Amélia, madrinha de D. Duarte.
30 anos depois, mais de cinco décadas após se terem conhecido, os duques de Bragança celebram uma união que 'parou' o país e que continua a suscitar o interesse - assim como o carinho - de muitos portugueses.

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