Já pensou que cada vez que voa numa companhia aérea tradicional paga por serviços que, muitas vezes, nem sequer chega a usar? Se está cansado de pagar aquilo que os outros consomem, está na altura de experimentar os voos low cost. Nestes, só paga por aquilo que vai realmente usufruir durante a viagem. Tudo o resto (reserva de lugar, refeições, seguro, bagagem) é pago à parte e cabe-lhe a si decidir se quer ou não pagar por esses serviços. «Graças às companhias low cost viajo mais por menos. Troco de bom grado as bebidas grátis oferecidas nas companhias tradicionais por um cappuccino ou vinho quente numa qualquer esplanada ou bar por essa Europa fora», conta Carolina Tomás, diretora de operações, que costuma usar voos de baixo custo nas suas viagens.
Não é a única. Longe disso. Na verdade, são cada vez mais os passageiros a aderir ao modelo low cost, graças à crescente oferta de voos a baixo custo, que nos últimos anos viu o seu número multiplicar em território nacional. «A existência de ligações aéreas a preços mais acessíveis aumentou significativamente e a procura por viagens, criou novos turistas (pessoas que antigamente não viajavam)», confirmou, em entrevista à Saber Viver, André Barata Moura, do Observatório do Turismo de Lisboa. No caso da capital, por exemplo, «o crescimento verificado nos fluxos turísticos para a cidade, entre 2005 e 2011 (cerca de mais 900 mil hóspedes/ano na hotelaria), é muito equivalente ao crescimento de passageiros em voos low cost no aeroporto de Lisboa», esclarece.
«O aeroporto de Faro é hoje aquele onde as low cost têm mais peso em todo o país. Em 2011, dois em cada trêss voos (65,3%) foram operados por companhias de baixo custo. O fenómeno significou a atração de mais turistas à região e o aeroporto de Faro já movimenta mais de 5,6 milhões de passageiros», realçava, em 2012, Helena Mak, vice-presidente do Turismo do Algarve. A região norte também sentiu essa diferença. «Assistimos a um crescente número de turistas, e, agora, é mais fácil tê-los por cá praticamente ao longo de todo o ano», adiantava, na mesma altura, Melchior Moreira, presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP). De lá para cá, o fluxo ainda cresceu mais. Com uma vantagem.
Febre consumista nas novas viagens
Estes novos turistas vêm, mais do que nunca, dispostos a gastar. De acordo com o presidente do TPNP, a redução do custo do transporte, «significa, muitas vezes, a possibilidade de gastar um pouco mais no destino, tirando maior partido da oferta». André Moura confirma a tendência. «Para além do hotel, o turista atual gasta, hoje, mais dinheiro em alimentação, em ofertas culturais e de animação do que fazia antigamente», lembrando ainda que «o conceito low cost está intimamente relacionado com as estadias curtas, short breaks de três a cinco dias».
Se ainda não experimentou esta forma fácil de viajar, aproveite um dos próximos feriados e parta à descoberta de um novo destino ou à redescoberta de um que já conhece. Estas são algumas das principais companhias de baixo custo a operar em Portugal:
- easy Jet
- Ryanair
- Transavia
- Vueling
- Aer Lingus
- Air Berlin
- Monarch
- Jet2.com
- Wizz Air
- Norwegian
Texto: Rita Caetano
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