Os infecciologitas são profissionais que lidam com doenças infecciosas como a tuberculose, acompanham casos para os quais a ciência ainda não encontrou resposta, seguem doentes sujeitos a tratamentos complexos e têm um papel determinante no universo da medicina do viajante.

É o caso de Jorge Atouguia, especialista em infecciologia do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, que nos falou sobre os cuidados que tem em viagem:

Vacinas

Para além das vacinas integradas no Plano Nacional de Vacinação existem outras importantes em viagens de longo curso. «Por exemplo, quando viajamos para áreas de África Ocidental e em alguns países da África Oriental, é obrigatória a vacina da febre amarela. Eu já a tomei e tem avalidade de 10 anos», explica Jorge Atouguia.

Alimentação

«Os cuidados alimentares constituem uma regra de ouro e cumpro-os à risca», revela Jorge Atouguia. A probabilidade de ter um problema de foro digestivo em zonas com águas e alimentos contaminados é muito alta mas a proteção depende de alguns cuidados básicos. «As regras passam por não beber água da torneira, não comer alimentos crus ou mal cozinhados, não consumir gelo e descascar sempre a fruta», foca Jorge Atouguia.

Farmácia

«Em qualquer viagem, levo sempre a minha farmácia. Há pessoas que acham que quanto mais medicamentos levarem, melhor. Mas não serve de nada prescrever muita medicação pois muitas das pessoas não a sabem utilizar», refere o especialista. Em primeiro lugar, são sugeridos os medicamentos que as pessoas possam utilizar no dia a dia e, no caso de ser necessária medicação especial, o médico explica ao viajante como se toma e em que condições.

Outros cuidados

«Cumpro religiosamente os cuidados com as picadas de insetos e com o vestuário. Tenho algum cuidado com a roupa que me protege e a utilização de repelentes sempre que necessário. Nunca tive malária nem nenhuma doença transmitida por insetos. Do ponto de vista digestivo, é mais difícil mas não é necessário ir para destinos muito longínquos para que isso suceda. Nós somos o que comemos», sublinha Jorge Atouguia.

Malária

A profilaxia da malária é também fundamental. A medicação deve ser tomada antes, durante e depois da viagem. «Muitas pessoas não gostam de tomar um medicamento para uma doença que não têm, não aderindo facilmente à medicação, mas não é por acaso que os médicos a recomendam e a cumprem. Essa pode levar à morte», alerta o especialista em infecciologia.

Texto: Cláudia Pinto com Jorge Atouguia (especialista em infecciologista do Instituto de Higiene e Medicina Tropical)