Carolina Patrocínio foi uma das mais recentes convidadas do programa 'Temos de Falar', na SIC Mulher, apresentado por Bárbara Guimarães, Ana Garcia Martins (também conhecida como 'A Pipoca Mais Doce) e Ana Galvão.

A conhecida comunicadora, de 38 anos, falou no início do seu percurso na televisão que aconteceu no programa 'Disney Kids' (que apresentava ao lado de Francisco Garcia).

"Foi uma forma de certa de entrar porque não havia a loucura, por exemplo, dos 'Morangos com Açúcar', em que houve aquele fenómeno mediático gigante, mas de repente tive uma parte da minha vida mais escrutinada para a qual não havia preparação possível, ou pelo menos eu não a tive. Não tive ninguém que me acolhesse e me ensinasse a andar nisto. Tive entrevistas de que me arrependo de as ter feito", notou, recordando que à época tinha apenas 16 anos e que apesar do apoio incondicional da família em casa, esta teve de lidar com vários aspetos negativos da fama.

"Na minha vida pessoal levei muito bullying da imprensa e dos meus próprios colegas. Na altura era uma miúda e o facto de um adulto gozar contigo é muito forte. Lembro-me de ter sketches de humoristas que gozavam comigo, gozavam com a forma como eu andava - porque tenho pernas arqueadas - e lembro-me de chorar sozinha em casa com isso. Esse gozo, que hoje tenho muitas ferramentas para lidar com isso, aos 16 não tens… Tens fragilidades que quando te tocam naquele ponto, tu desmanchas", reconhece.

Hoje, Carolina Patrocínio garante estar muito mais preparada para lidar com situações de gozo, crítica ou mesmo incompreensão. Por outro lado, aos poucos, tem aprendido a abrir-se cada vez mais, mostrando um lado seu - mais pessoal, e desconhecido pelo público, com o qual os fãs se têm identificado (como aconteceu na mais recente entrevista que deu a Daniel Oliveira no programa 'Alta Definição', da SIC).

"Gostava de ter percebido mais cedo na minha carreira que as fragilidades poderiam ser ferramentas poderosas para nós, porque eu fui muito educada na narrativa de que temos de ser fortes, temos de ser frios de alguma forma, que não podemos mostrar as nossas fragilidades, que isso é fraco… Tinha muita dificuldade em baixar a barreira da minha vida e contar as minhas histórias, como agora o faço em podcast. A tarde e a más horas descobri que isso é uma coisa que gera empatia… Do sofrimento, que nós próprios não temos a vida ideal. Isso foi algo de que fugi a vida inteira e fui mal interpretada, porque era a pessoa sem dificuldades, uma beta que tudo lhe corria bem, que nada lhe faltava, eu gostava de ter entregue a minha fragilidade mais cedo.

Casada com Gonçalo Uva desde 2013, em comum o casal tem quatro filhos: Diana, Frederica, Carolina e Eduardo. Atualmente apresenta o programa 'What's Up TV', na SIC Mulher, e gere uma série de projetos extra, quer nas redes sociais, quer enquanto empresária.

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