Em 2014, a fotografia, que surgiu como forma de lhe ocupar o tempo nas redes sociais, começa a ser a ferramenta que lhe possibilita desenvolver-se e afirmar-se esteticamente. «Passei a ser, além de consumidor, também um criador», assume Bruno Reis, um empreendedor nato. Além de ser professor de yoga, ator, fotógrafo amador, é também guia turístico nas horas vagas no âmbito do projeto Your Lisbon Friend, que idealizou. «Uma pausa na cidade» é o nome da sua primeira exposição fotográfica.

Patente ao público na Art Embassy by Mafalda Silva Pereira, na Embaixada, no Príncipe Real, em Lisboa, um conceito original de galeria comercial que apresenta marcas inovadoras e criativas, até 24 de novembro de 2015, a mostra apresenta imagens capturadas em Lisboa e arredores e em Paris, no âmbito de uma das suas últimas viagens. «Sempre tive apetência para as artes e, de repente, a fotografia foi uma expressão do meu universo de todos os dias», refere o autor.

«Sinto que tenho uma mensagem a transmitir em termos estéticos e a fotografia tem-me permitido isso mesmo. Por acaso é uma paixão recente. Tem cerca de um ano e meio. Conheci um amigo que é fotógrafo e, desde aí, propus-me a tirar mais fotos e, ao mesmo tempo, ir percebendo melhor qual é o meu estilo, a minha identidade, neste campo», acrescenta ainda.

A inspiração que veio de uma «selva urbana cheia de cores e elementos»

Nos últimos meses, muitas das fotografias agora expostas foram sendo publicadas, em jeito de teaser, no perfil pessoal que alimenta em várias redes sociais. «Agrada-me a ideia de que, através da arte, consigas passar uma mensagem. Sendo a primeira exposição, não quis ser muito ambicioso. Preocupei-me em dar apenas um conteúdo belo, que por si já pode ser uma mensagem», justifica.

«Acredito que a beleza possa salvar o mundo. Quando algo é verdadeiramente bonito, ficamos desarmados, entramos em estado de contemplação. A exposição é sobre isso, o que também tem a ver com a minha atividade como professor dee yoga. De alguma maneira, não quis defraudar o meu público, se é que tenho um público», questiona ainda Bruno Reis.«Mesmo na azáfama da cidade, é possível parar e respirar um pouco», considera.

«A natureza relaxa, mas a beleza também. Habitamos uma selva urbana cheia de cores e elementos que nos transportam para outros planos, seja por apreciarmos a geometria de um contentor que se prepara para uma viagem, seja por contemplarmos as formas voluptuosas de um camião de carga. Não há limites para aquilo que nos pode catapultar para um estado meditativo», pode ler-se ainda no texto que acompanha a mostra.

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O percurso artístico de Bruno Reis

Bruno Reis, que tem 32 anos, nasceu e vive em Lisboa. Começou a fazer teatro com 15 anos, tendo passado pela televisão e pela publicidade. Parou aos 21 para se dedicar por inteiro ao yoga. Aos 31, lançou o livro «Um Chá, Torradas e Yôga», publicado pela editora A Esfera dos Livros, uma obra que pretende «ensinar técnicas simples e revigorantes para se fazer num dia caótico na cidade», como a descreve.

Nos últimos anos, regressou à representação e despertou também o seu interesse para as áreas da moda, da arquitetura e do design, artes que acabam por influenciar a conceção estética que actualmente tem do mundo. Para já, nos primeiros dias da exposição, inaugurada a 8 de outubro, as coisas têm corrido bem. «Tenho tido convites para outras exposições mas nada concreto ainda», revela o autor. «Também tenho sido solicitado para gestão de redes sociais», refere.

«Nesta área, a fotografia faz uma grande diferença na apresentação do produto e obriga-me a pensar como é que uma foto pode comunicar com alguém e quase criar uma relação», considera. «É um trabalho de grande responsabilidade, uma vez que hoje em dia as redes sociais são o primeiro contacto de uma marca com o seu público. Muitas vezes, é a qualidade do post que determina se uma pessoa ultrapassa a barreira do virtual e torna-se ou não um cliente», acrescenta ainda o empreendedor.

Texto: Luis Batista Gonçalves