Fazer uma coleção de tapetes de cortiça concebida segundo métodos tradicionais de tecelagem? E usar a cortiça conjugada com outros materiais como lã e algodão, oferecendo uma coleção versátil, com infinitas possibilidades em termos de padrões e texturas? Sim, é possível. Mas comecemos do início.
Susana Godinho, designer da Sugo Cork Rugs, já tinha uma larga experiência na área do têxtil mas em 2012 decidiu que queria fazer uma coisa diferente, ou seja, fazer tapetes recorrendo a materiais pouco comuns. Num país que é um dos principais produtores de cortiça do mundo, a matéria-prima apresentou as características ideais para este casamento perfeito: a utilização de um produto inovador e ecológico com um ótimo desempenho técnico.
A escolha tinha tudo para dar certo, pois de acordo com Susana, além das questões de sustentabilidade, a cortiça tem uma performance técnica muito interessante em termos de isolamento, propriedades que minimizam o risco de alergias e facilidade de conjugação com outros materiais.
No entanto, como nas relações, esta experiência também viveu aquilo a que chamamos “vamos dar um tempo”. Mas como “o que tem de ser, tem muita força”, Susana teve conhecimento da primeira call da Amorim Cork Ventures, uma incubadora de ideias da Corticeira Amorim, que terminou em dezembro de 2014.
Este foi o empurrão necessário para que o projeto de fazer tapetes de cortiça tecidos por tecelagem tivesse pernas para andar, apesar do tempo de desenvolvimento. “Foi um processo longo, que se iniciou com a pesquisa da tipologia de cortiça adequada para um produto com as caraterísticas e requisitos de um tapete e, neste caso, também com a facilidade de ser cortada, sem perder resistência”, explicou a mentora do projeto que originou um pedido de patente.
E estes tapetes apresentam muitas vantagens. “Em termos técnicos remetem para a leveza, a impermeabilidade, o conforto e propriedades que minimizam riscos de alergias. Podem ser usados nas duas faces e apresentam-se com propriedades térmicas e acústicas. Neste âmbito, importa ainda referir que os tapetes da Sugo Cork Rugs são de fácil manutenção”, explica Sónia Andrade, gestora da Sugo Cork Rugs.
A coleção é composta por 13 tapetes, o PVP do metro quadrado do tapete standard pode variar entre 220€ a 500€ e pode encontrá-los em lojas de especialidade ou gabinetes de arquitetura e design, ou mesmo além fronteiras. “Antecipamos uma boa aceitação nos EUA, países nórdicos, Reino Unido e Ásia, para onde canalizaremos numa primeira fase os nossos esforços, designadamente junto do público que aprecia produtos naturais e sustentáveis”, explica Sónia Andrade.
Futuramente a empresa pretende lançar novas coleções e aumentar a sua capacidade de produção.
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