Passear no inverno não tem o mesmo encanto que no verão, com sol e calor. Mas tem uma grande vantagem: a afluência aos lugares não é a mesma. De acordo com as médias, Portugal tem mais de 300 dias de sol por ano, pelo que, nesta época, pegue num agasalho e saia de casa.

Foi precisamente com esta ideia em mente que a Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo lançou a mais recente campanha “Agora é que é um descanso”, precisamente a pensar nos momentos de menor afluência. Aceita o convite para viajar “pelo teu interior”? Deixamos seis sugestões de locais a visitar num fim de semana próximo ou nuns dias de férias.

Meta-se a caminho e faça a primeira pausa para um almoço no Terra Chã

Não negue à partida um restaurante típico como este. O símbolo do restaurante é uma cabra, mas nem só de cabrito vive a ementa. Pode começar pelo couvert (trilogia de pães de Rio Maior, azeitonas, manteiga com pó de alecrim, patê de cabrito, lascas de queijo seco Terra Chã e cabeça de xara, 3,80€ por pessoa), aventurar-se nuns croquetes de chiba (5,80€) ou num escabeche de faisão (7,40€), aquecer a alma com uma sopa rica de chícharo (3,80€) ou deliciar-se com algumas das especialidades da casa como polvo albardado com arroz à Bulhão Pato (24€) ou cabrito serrano assado no forno com arroz de miúdos, batata assada e couve coração (25€).

Fique a saber, não fosse este o tempo dele, que sextas e sábados são dias de cozido, em modo buffet (15€ por pessoa), e se visitar o restaurante durante a semana, ainda apanha os almoços temáticos (as terças do coelho, as quartas do boi ou as quintas do galo). Estes almoços incluem uma entrada e um prato principal, também a 15€ por pessoa.

A própria envolvência é por si uma experiência. O Terra Chã é um restaurante panorâmico, com vista para a Serra de Candeeiros, na Aldeia de Chãos, concelho de Rio Maior. O serviço é o que se espera deste tipo de restaurantes: descomplicado e eficaz. Como os próprios responsáveis aconselham, a reserva é bastante recomendada... se quiser ter a sorte de ficar com a melhor vista. Senão, no final pode descansar nas cadeiras de madeira dispostas no exterior, acompanhadas de um fogareiro, para afugentar o frio dos dias de inverno.

Uma visita às únicas salinas no interior do país? As salinas de Rio Maior, pois claro

Como está por Rio Maior, será uma perda não fazer um desvio aquelas que são uma das salinas mais raras do mundo, por serem interiores (e a cerca de 100 km do mar) e que somam oito séculos de história, uma vez que a sua exploração começou no último quartel do século XII.

Na Europa são apenas dois, os casos: as de Rio Maior, e as de Añana, no País Basco. Acreditamos que Rio Maior fica mais perto. Além disso, está a acontecer neste momento os Presépios de Sal, a propósito da época festiva, num total de 36, obra que pode ser apreciada até 7 de janeiro de 2024. A entrada é livre.

Anualmente, as salinas produzem cerca de duas mil toneladas de sal, correspondentes a seis meses de produção (durante o outono e o inverno não há produção de sal devido às chuvas). Se tiver curiosidade em saber mais sobre as salinas, não deixe de visitar o espaço de turismo, onde será recebido por Šárka Vanková, originária da Chéquia, mas a viver em Portugal há 20 anos, que lhe vai explicar todos os detalhes.

Fique ainda a saber que este sal é um produto DOP (Denominação de Origem Protegida) e um dos formatos comercializados mais conhecidos são os chamados Queijos de Sal de Rio Maior.

Precisa de um lugar para pernoitar? Fuja do óbvio com uma estadia na Quinta da Lapa

A pouco mais de 20 quilómetros das salinas de Rio Maior encontramos a Quinta da Lapa, em Manique do Intendente, um wine hotel, que além do alojamento, ainda lhe pode revelar alguns vinhos, se for apreciador.

Este espaço, que também recebe eventos, tem onze suítes, uma estrutura arquitetónica clássica, mas simplista. A quinta data do século XVIII e desde 2011 que se abriu para o público. A vista para as vinhas, não deixa enganar o propósito da quinta que conta com 25 referências de vinho, entre espumante, branco, tinto ou rosé.

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créditos: Divulgação / Quinta da Lapa

Em termos de enoturismo, são várias as opções: das provas de vinho, à visita à adega, passando por passeios pedestres ou de bicicleta pela propriedade, entre outros.

A tarifa, nos meses de inverno, para quarto duplo ou twin superior, com ocupação de duas pessoas e pequeno-almoço incluído é de 110€ (dias de semana) ou 125€ (fim de semana). O alojamento é pet friendly, com uma taxa por animal de 20€ dia. O pedido deve ser feito no momento da reserva e está sujeito a disponibilidade.

Não termine o dia sem visitar um dos restaurantes mais conhecidos de Santarém, o Ó Balcão

Começou por ser taberna, por se situar exatamente no lugar de uma, mas deixou cair essa denominação para ser apenas Ó Balcão. Este é o projeto culinário do chef Rodrigo Castelo, conhecido pelo trabalho que tem desenvolvido com peixe do rio, e um filho da terra que decidiu abrir o seu restaurante em 2013. O Ó Balcão faz parte da lista de sugestões Bib Gourmand, do Guia Michelin.

Não deixe de provar o azeite Castelo (3€), um blend feito pelo próprio chef em parceria com a Quinta do Juncal, de 80% de galega e 20% de cobrançosa, acompanhado de um pão de massa-mãe (4,70€), uma sopa de peixe do rio com ovas de barbo (6€), um cremoso de caranguejo e lagostim do rio (18,5€) ou um ensopado de fataça (24€). Finalize com Nem tudo é Limão (9,5€), uma das propostas de sobremesa.

Se quiser embarcar numa experiência de degustação, deixe-se seduzir pelo menu Ribatejo Gastronómico, em que fica nas mãos e sugestões do chef (97,5€), com possibilidade de pairing de vinhos (45€).

Conhecer melhor o Rio Tejo através de um passeio de barco

“O Rio Tejo é muito mais que água. Está cheio de lugares mágicos, de vida, de cultura, história e natureza”. É desta forma que a empresa Rio-A-Dentro nos apresenta o Rio Tejo. Sediados em Salvaterra de Magos, é na zona do Escaroupim que vai poder entrar a bordo de um dos barcos da empresa.

A viagem pode ser na companhia de Luís Domingos, um dos irmãos fundadores da Rio-a-Dentro e neto de pescador avieiro, que lhe vai contar todos os segredos da região, dominada por ilhas e ilhotas e frequentada nesta altura do ano por corvos-marinhos, garças brancas pequenas, cegonhas ou águias pesqueiras.

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créditos: Divulgação / Rio-A-Dentro

Pode ter ainda o vislumbre de cavalos selvagens na chamada Ilha dos Cavalos.

O valor do passeio varia de acordo com a sua duração: 20€ por 1h30 ou 30€ por 2h30 (preço por pessoa). As crianças até aos 5 anos não pagam e entre os 6 e os 10 pagam metade.

A zona do Escaroupim é sedutora, sobretudo, para os amantes de observação de aves, dado o elevado número de espécies que por aqui habitam ao longo do ano.

Termine a viagem como começou: num restaurante típico, desta feita O Escaroupim

Mesmo junto ao cais de embarque para o passeio de barco encontramos O Escaroupim, um típico restaurante, todo em madeira, a fazer lembrar um pouco da cultura da região, ou não estivéssemos em zona de avieiros.

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créditos: Divulgação / Visit Ribatejo

Se procura um sítio onde comer enguias o ano inteiro, este é um dos locais de eleição. Fritas, em ensopado ou grelhadas, o que não faltam são opções para se deliciar com esta iguaria. Mas há outras opções no menu para aqueles que não queiram este prato típico. Se fizer a visita num fim de semana pode finalizar a refeição com um conjunto de sobremesas em modo buffet. A reserva é obrigatória.

O SAPO Lifestyle esteve de visita pelo Ribatejo a convite da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo.