São já mais de duas centenas, os artistas nacionais e estrangeiros, que viram os seus trabalhos passados a tapeçaria na Manufactura de Portalegre, tais como Almada Negreiros, Costa Pinheiro, João Vieira, Charrua, entre outros. A tapeçaria de Portalegre é uma obra de arte original, única pelas suas qualidades intrínsecas e pela técnica usada para traduzir o modelo original. Este é ampliado para a dimensão final sobre um papel quadriculado próprio, em que cada quadrícula representa um ponto (desenho de tecelagem). A desenhadora tem em seguida que corrigir o desenho, tendo em atenção os contornos, as formas, as tonalidades das cores e todos os pequenos detalhes que a tecedeira deve ler e traduzir em tecelagem.
Durante os dois dias do “Open Day – Tapeçaria de Portalegre – Entre Fios, Teares e Lugares” encontram-se programadas um conjunto de iniciativas culturais das quais se destacam os workshops: oficina artes plásticas, oficina de arte têxtil, oficina infanto–juvenil, e ainda a performance “Tactear”. Haverá ainda a possibilidade de presenciar esta arte ao vivo. Quatro tecedeiras irão estar a trabalhar numa tapeçaria, sendo possível perceber todo o processo manual.
A performance artística “Tactear”, que se realiza no dia 2 de dezembro, terá lugar no local de produção, os teares da Manufactura, numa proposta sonora e de movimento. “A pesquisa é feita a partir do espaço de trabalho, dos seus materiais e da comunidade envolvida no processo de produção. Procura-se que o tecer destes pontos de vista, destas técnicas e destas linguagens encontrem um caminho comum e provoquem uma ressonância, para que o segredo que faz parte da identidade partilhada não se perca no fio do tempo”, esclarece Vera Fino, diretora da Manufactura de Tapeçarias de Portalegre.
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