Os produtos serão para consumo dos habitantes do próprio prédio.“Em vez de irmos ao supermercado buscar o produto, vamos ao telhado”, disse o responsável da Urban Grow à Lusa.

João Rodrigues é produtor de “bio-vivos”, ou seja, “superalimentos, biológicos, produzidos localmente, em micro-estufas em telhados espalhados por Lisboa e entregues vivos em bicicleta elétrica”.

Nabos do tamanho de berlindes, pequenas plantas de ervilhas, erva de trigo ou girassol são alguns dos legumes já produzidos neste formato, que garante um máximo de nutrientes.

“Trabalhar rebentos, micro-legumes ou micro-folhas tem como objetivo a maximização dos nutrientes por massa verde. Nas primeiras semanas de vida, os legumes são mais densos em nutrientes do que quando atingem a idade adulta”, descreveu, acrescentando que, assim consumidos, estes legumes são “uma das melhores fontes de nutrientes que existem no supermercado, especialmente de vitaminas, enzimas, aminoácidos e antioxidantes”.

Este modelo de produção, disse, “torna a rotação do produto mais rápida e mais eficiente e o que chega ao consumidor, de facto, é um produto muito mais fresco e mais saudável e produzido num modo muito mais sustentável”.

A produção não recorre a combustíveis fósseis, tal como a entrega, que garante que os produtos cheguem aos consumidores no seu estado mais fresco, ainda vivos.

“Ele só morre no momento em que nós o cortamos e usamos para fazer um sumo, uma salada, para colocar numa sandes ou apenas para comer como um ‘snack’ verde”, explicou.

A primeira micro-estufa surgirá em maio, no topo de um ginásio no Parque Eduardo VII, mas o objetivo de João Rodrigues é espalhar este conceito pelos telhados de Lisboa.

“Há cada vez mais telhados interessados, seja para produção de ‘bio-vivos’ seja para produção de outros legumes ‘gourmet’”, afirmou, exemplificando que um restaurante pode produzir os seus próprios vegetais “personalizados”, nomeadamente de espécies que não se encontram facilmente no mercado.

A ideia é que um prédio tenha uma micro-estufa no telhado e os produtos sejam consumidos pelos habitantes, “num modelo de distribuição vertical”.

João Rodrigues afirmou que o seu objetivo principal é “substituir a alface da mesa dos portugueses”, mostrando “outros produtos que sejam muito mais ricos em nutrientes e com um preço mais vantajoso, tendo em conta os nutrientes que se obtêm face ao custo”.

Lusa