Se gosta de flores e jardinagem, rume a norte. Até 31 de outubro de 2011 realiza-se mais uma edição do Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima.

O festival, que constitui já um marco na historia da vila mais antiga de Portugal, foi nesta edição subordinado ao tema «A Floresta no Jardim», em homenagem ao Ano Internacional das Florestas, que se comemora este ano.
Mais uma vez, à semelhança de anos anteriores, milhares de visitantes nacionais e estrangeiros passaram pelo terreno contíguo à margem do Rio Lima durante o período das suas férias de verão. Se ainda não teve oportunidade, aproveite as próximas semanas para o fazer e, enquanto isso, recorde algumas das criações que estiveram em exposição em anos anteriores. Para ver o vídeo da edição de 2009 do certame, clique aqui. Fique também a conhecer 11 dos mais emblemáticos jardins que estiveram a concurso em edições anteriores:

Blank Garden (Portugal)

Blank Garden foi a materialização de um jardim em estado de
Kaos. Aqui o caos, tema que inspirou a edição de 2009, era maioritariamente físico. Uma teia irregular
prolongava-se por todo o espaço e dificultava a movimentação. A conceção desta ideia esteve a cargo de Ângela Ribeiro da Silva e Maria
Teresa Costa (estudantes).

Dark Rift – Fenda Escura (França)

Do lado esquerdo do estado de caos apresentado, encontravam-se herbáceas
que se adaptavam a terra magra e a condições ambientais
hostis. Do lado direito do caminho havia um jardim artificial que simbolizava
a eterna luta do Homem contra o caos. Aqui, a estrutura era idêntica
à do lado contrário, representando um reflexo distorcido da
parte natural do jardim. Emmanuel de France, Arnaud Dambrine, Sebastien Demont e Hortense Reynaud (arquitetos) foram os autores do projeto.

O Jardim do Aviso Global (Irlanda)

Central para o projeto era um grande globo metálico que
representa a terra, aqui observada em equilíbrio precário
num montículo de rochas, da qual irradiam uma série de
setas vermelhas, numa figuração do sangue vital do planeta
escorrendo lentamente. Este jardim foi assinado por Annapurna
Garden (designer), Keith Double (arquiteto paisagista) e Paul Cox
(paisagista).

El Kaos del Universo - O Kaos do Universo (Espanha)

Este jardim inspirava-se no tema dos fractais como instrumentos de
conhecimento das leis do mundo. O Kaos do Universo é um fractal que se transforma em plantas, percursos, pavimentos, bolas e elementos que querem dar, coma sua aparente confusão, a ideia do caos cósmico. A conceção esteve a cargo da Annaparch - Arquitectura y Paisaje, por Anna Paola Cipolloni e Ana Garcia Maso (arquitetas paisagistas).

Veja na página seguinte: Outros jardins surpreendentes

E no princípio houve... (Áustria)

O objetivo deste jardim era romper com o habitual significado
de caos, visto como uma coisa não estruturada e misturada.
Ao exibir o significado ancestral de caos, os autores quiseram surpreender
os visitantes e realçar o sentido de caos como unidade e
estado primitivo, indiferenciado, de tudo.

As formas totalmente
diferenciadas de viver, que emergiram da unidade do caos,
apresentavam-se como contrapartida. A ideia partiu de Roland Barthofer, Magdalena
Bauer, Manuel La Casta Miras e Joanna
Kowalczyk (estudantes).

O seu desenvolvimento contou ainda com a colaboração de Roland Tusch (consultor) e do Institute of
Landscape Architecture e da University of Natural Resources and
Applied Life Sciences, em Vienna.

EarthQuake – Terramoto (Espanha)

O terramoto é uma das formas de destruição nas mãos da Natureza
e também uma das formas mais drásticas de transformar
a paisagem e criar o caos. Tudo começa a partir desse ponto, a desagregação iniciava-se aí,
tendo sempre como referência o dito foco, que funcionava igualmente
como o local (ou ponto visual) desde o qual o espectador
observa o jardim. Manuel Eijo (arquiteto)e Jose Luis Souto
Pineiro (paisagista) foram os autores deste projeto.

The Butterfly Experience –
A Experiência Borboleta (Holanda)

A Experiência Borboleta era um jardim poético que mostrava aos
seus visitantes os dois lados desta célebre citação da teoria do
caos de Lorenz. Três grandes esculturas de borboletas de tamanhos proporcionais
a um homem, a uma mulher e a uma criança, e modeladas segundo a espécie de borboleta Polyommatus icarus, formavam o
centro de A Experiência Borboleta. Lars Veenboer (arquiteto paisagista) assinou o projeto.

O Jardim das Incertezas (Brasil)

Tudo é Kaos, a ordem e uma ilusão. Imagine que viaja na autoestrada,
num dia ensolarado, ouvindo música e deixando a mente
divagar até que, sem perceber a razão, decide optar por uma das
respetivas saídas, a qual não era o seu destino original. Esta foi a proposta visual submetida por Eduardo Fontan Amado (biólogo paisagista) e Adriano
Arpad Gomes (arquiteto urbanista).

Para Que Amanhã Possa Não Parecer
Hoje (Itália)

A inspiração partiu da Teoria Matemática denominada «Teoria do
Caos» (1959), que se aplica a fenómenos extremamente complexos,
pois podemos encontrar sistemas caóticos atá nas ciências sociais
e humanas e na ecologia. A criação apresentada em Ponte de Lima em 2009 teve o cunho de Emanuela Bracaglia, Andrea
di Salvo, Flavio Trinca (arquitetos paisagistas) e Paolo Lattanzio (arquiteto e webdesigner).

Veja na página seguinte: A teoria do caos convertida em borboletas

Efeito Borboleta (Sérvia)

O grande cientista Edward Lorenz dedicou-se à observação de sistemas
dinâmicos, em particular a meteorologia.

Um deles é um sistema
dinâmico tridimensional que demonstra o comportamento caótico e
que tem o seu nome.

O Atractor de Lorenz é usado para descrever a
teoria do caos, também designada por efeito borboleta. A materialização deste conceito esteve a cargo de Dragana Čavlović (arquiteta paisagista e horticola)e Marko Jović, Maja Vujinović, Milena
Petaković e Slavko Glišović (estudantes).

Esta proposta contou ainda com o apoio da Faculty of
Forestry e do Department for Landscape Architecture and Horticulture da
University of Belgrade da Sérvia.

Kaos Suspenso (Portugal)

Frequentemente associamos o caos à ordem desconhecida do
universo e traduzimo-lo através de formas matemáticas complexas
designadas por fractais. Foram estas as fontes de inspiração que,
conjuntamente com referências locais de Ponte de Lima como a ramada
do vinho verde e o ambiente natural do rio, estiveram na base
da criação de uma estrutura ajardinada chamada Kaos Suspenso, um projeto de Mergelab assinado por José Pedro Torres, Pedro Negrão e Teresa Aroso (arquitetos).

Kaleidoscope Garden – Jardim
Caleidoscópio (China)

Como é norma no Festival Internacional de Jardins de Ponte de
Lima, ao jardim mais votado pelo público no ano anterior é reconhecido
o direito de ficar instalado por mais um ano, numa forma
e modelo de envolvimento dos visitantes. O Jardim Caleidoscópio foi eleito pelo
público durante o ano de 2009.