Privilegie, na sua decoração natalícia, no interior e no exterior, plantas que brilhem nesta estação do ano. Há plantas que estão no seu auge no inverno, logo algumas delas são, desde sempre, símbolos do Natal. É o caso do pinheiro e do azevinho, que tem a sua apanha proibida em território nacional, com outras, pelas suas folhagens e/ou frutificações encarnadas. Estas e as variedades botânicas que se seguem são ideais para conferir um ambiente festivo e natalício, no interior de casa, no terraço ou no jardim.
1. Cotoneáster
Nem todos são iguais. Há cotoneásteres diferentes, de porte mais ereto ou mais prostrado, com as folhas maiores ou mais pequenas e com as bagas encarnadas ou cor de laranja. Podem facilmente atingir dois metros de altura ou de diâmetro, no caso dos que têm crescimento horizontal. Têm uma floração muito aromática na primavera e uma frutificação exuberante no outono e no inverno.
Gostam de zonas com muito sol ou meia-sombra e preferem solos bem drenados, férteis e ricos em matéria orgânica. Podem ser podados a seguir à frutificação. São muito utilizados em sebes, em taludes, em maciços arbustivos e ainda como revestimento do solo, no caso dos de crescimento horizontal. Dão-se muito bem em vaso ou em floreira. Ficam muito bonitos em jarras e em arranjos de Natal.
2. Gaultéria
A gaultéria é um arbusto de folha persistente e de crescimento lento. Atinge, por norma, os 60 centímetros de altura e as suas bagas, comestíveis e muito ornamentais, podem ser cor de rosa, brancas ou encarnadas. Gosta de zonas com sol da manhã e sombra à tarde e tolera as baixas temperaturas, a neve e a geada. Prefere solos ligeiramente ácidos e ricos em matéria orgânica. É muito usada em bordaduras, vasos e floreiras. É uma excelente opção para arranjos de Natal, combinada com azevinhos e poinsétias.
3. Selaginela
A Selaginela Selaginela Kraussiana é uma pequena herbácea perene que atinge, no máximo, 15 centímetros de altura. É oriunda dos Açores e das ilhas Canárias. Utilizada pela sua folhagem ornamental, é muito ramificada e tem a folhagem verde brilhante, havendo já variedades com diferentes tonalidades de verde, desde o verde limão ao verdeescuro. Em Portugal continental, é utilizada como planta de interior, pois não resiste ao frio do inverno.
Quando cultivada no exterior, a selaginela prefere zonas quentes, abrigadas do frio e do vento, com meia-sombra, para além de solos férteis e ricos em matéria orgânica. Esta variedade botânica necessita de regas regulares, que não devem ser descuradas. Em vasos e floreiras no interior de casa, é uma excelente opção para terrários fechados. Fica muito bonita em arranjos de Natal, sobretudo quando combinada com o azevinho, com o cotoneáster e/ou com a gaultéria.
4. Nandina
Também conhecida como bambu-celeste, a nandina é um arbusto de médio porte, com cerca de um 1,5 metros. Oriunda da Ásia, tem uma folhagem muito ornamental que, no outono e no inverno, fica quase toda encarnada. Os rebentos novos são alaranjados. Na primavera, fica coberta de flores brancas e, no outono e no inverno, as suas bagas encarnadas e brilhantes são muito ornamentais.
Muito resistente e versátil, o bambu-celeste desenvolve-se bem quer à sombra quer ao sol e tolera sem problemas de maior o frio e a geada. Esta variedade botâmica prefere solos férteis e ricos em matéria orgânica e resulta muito bem em pequenas sebes e maciços arbustivos. Também se dá bem em vasos e em floreiras. Combinada com cipreste e com azevinho, fica linda em arranjos de Natal.
5. Estrela-de-natal
A poinsétia também é conhecida como estrela-de-natal. O seu nome comum significa a mais bonita de todas as eufórbias. É um arbusto que no exterior pode atingir até dois metros de altura. A tradicional cor encarnada é dada pelas brácteas (a estrutura que envolve a flor) e não pelas flores, que são pequenas, brancas e discretas. Hoje em dia, já existem variedades com brácteas de várias cores. Além das encarnadas, podem encontrar-se brancas, cor de rosa e bordô. As poinsétias preferem, por norma, zonas com muito sol.
Desenvolvem-se melhor em áreas protegidas do frio e do vento. Estas plantas preferem solos bem drenados e ricos em matéria orgânica. Devem ser fertilizadas e regadas regularmente e podadas quando terminar a floração, para garantir que no outono seguinte se irão desenvolver novas brácteas coloridas. Podem ser utilizadas como plantas de interior mas convém que estejam numa zona com muita luz natural e até com sol direto, embora afastadas de fontes de calor. No exterior devem estar protegidas do frio e do vento.
6. Azevinho
O azevinho Ilex Aquifolium é um arbusto de médio ou grande porte que pode atingir até dez metros de altura e tem uma grande longevidade e resistência. As suas bagas encarnadas são muito decorativas, mas venenosas. Os ramos são perfeitos para decorações de Natal. Por ser uma espécie dioica, só as plantas femininas produzem bagas, mas, atualmente, as espécies que se vendem nos centros de jardinagem são híbridos monoicos, produzindo em simultâneo as flores femininas e masculinas.
Esta variedade botânica gosta de zonas sombrias com algumas horas de sol da manhã mas protegidas do sol à tarde. Prefere solos húmidos, ricos em matéria orgânica e ligeiramente ácidos. Pode e deve ser podado para manter uma forma equilibrada. Pode ser plantado de forma isolada ou em maciço. É, também, uma planta que se dá em vaso e que reage muito bem à poda e topiária. O seu arranque e o seu esmagamento estão proibidos em território nacional, assim como o seu corte para uso fútil ou decorativo.
Texto: Teresa Chambel (arquiteta paisagista)
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