A palavra resiliência significa voltar ao estado normal, ao natural, à recuperação do equilíbrio. É a nossa capacidade de lidar com os nossos próprios problemas, vencer obstáculos e sobreviver à pressão, seja qual for a situação.

Para cultivarmos a resiliência, devemos recorrer ao budismo, que nos ensina que a única coisa que realmente existe e que está, de certa forma, sob o nosso controlo, é o momento presente. Não devemos preocupar-nos com o passado ou com o futuro, pois isso impede-nos de vivenciar e apreciar as coisas que nos acontecem no dia a dia.

Thich Nhat Hanh diz: “Estamos aqui e agora; o único momento em que estamos vivos é o presente.”

A partir desta forma de ver e viver a vida, dando a devida importância ao momento presente, aprendemos a contemplar a impermanência das coisas que nos rodeiam. O imperador Marco Aurélio dizia que as coisas que amamos são como as folhas de uma árvore: podem cair a qualquer momento que o vento sopre. Afirmava também que a mudança do que nos rodeia não é algo acidental, mas faz parte da essência do Universo. Esse pensamento faz parte da filosofia budista, que todos nós, ocidentais, podemos exercitar diariamente.

Devemos ter consciência de que tudo o que temos e todas as pessoas que amamos deixarão de estar presentes em algum momento. O aprendizado e a assimilação desta filosofia de vida, desta forma de ver e viver, é fundamental para nós, ocidentais, que temos enorme dificuldade em compreender as mudanças e as perdas. Ter consciência da impermanência das coisas não nos deveria entristecer, mas sim incentivar-nos a viver com mais intensidade o aqui e agora, a amar o presente e as pessoas que dele fazem parte.

Séneca, filósofo do Império Romano, disse: “Todas as coisas humanas têm uma vida curta e perecerão.”

A natureza impermanente e transitória da vida é a base de qualquer ensinamento budista. Devemos manter este pensamento constantemente presente, treinar a nossa mente para aprender a viver de acordo com ele, para que os abalos da vida, as perdas e as mudanças não nos retirem o chão debaixo dos pés, como tantas vezes acontece quando a nossa realidade muda.