No dia 20 de março de 2024, às 03:07, o Sol entra em Carneiro e dá início a um novo ano astrológico. Por que é que o ano astrológico começa em março?
Há milhares de anos, quando ainda não havia calendários estipulados, o Homem regia-se pela observação dos astros e pelos ritmos da Natureza. Os primeiros estudos de Astrologia de que há registo datam do século VII a.C., sendo que as civilizações antigas se ocupavam da observação do Céu, por constatarem que os astros influenciavam o destino dos homens. Assim, durante muito tempo os povos orientaram-se pelo Sol, astro-rei da nossa galáxia, por compreenderem que dele vinha toda a vida na Terra. O horóscopo como hoje o conhecemos terá surgido por volta do século V a.C. com a criação do Zodíaco (que significa "roda de animais") - o "cinto de constelações" que envolve a Terra e que vai girando à volta dela. Cada constelação representa um signo do Zodíaco, num desfilar ao longo do ano. O signo "em que estamos" é aquele por onde o "Sol passa", quando visto a partir da Terra.
A Astrologia ocidental resulta dos estudos dos babilónios, dos cálculos matemáticos dos egípcios e das filosofias grega e romana. O princípio que a rege, e que determina, entre outras coisas, qual é o primeiro signo do Zodíaco e quando começa o ano astrológico, são os ritmos da Natureza. O ano astrológico começa em março, no Equinócio da Primavera, porque esta é a data que assinala o renascimento da Natureza, o início de um novo ciclo. Carneiro, signo regido pelo planeta Marte, é o primeiro do Zodíaco, pois é na constelação de Carneiro que o Sol entra aquando do Equinócio da Primavera. Março é também o mês regido pelo deus Marte da guerra. Para os romanos, este era o primeiro mês do ano, até que, no ano 46 a.C. o imperador Júlio César mudou o primeiro dia do ano para 1 de janeiro, porque era o dia em que os oficiais romanos eleitos tomavam posse dos cargos. Durante a Idade Média o início do ano ainda era muitas vezes celebrado no Equinócio da Primavera, contudo em 1570 o Papa Gregório XIII implantou o calendário gregoriano e fixou esta data no dia 1 de janeiro, para pôr fim às celebrações pagãs de início do ano.
Os Equinócios, que acontecem duas vezes por ano - no outono e na primavera - assinalam o momento em que os dias e as noites são iguais e os raios de Sol incidem da mesma forma no Hemisfério Norte e no Hemisfério Sul. São datas especialmente importantes, pois assinalam as mudanças do tempo frio para o tempo quente (Equinócio da Primavera) e do tempo quente para o tempo frio (Equinócio de Outono). Nos Equinócios, o dia e a noite têm a mesma duração - marcando um ponto de equilíbrio na Natureza, que nos lembra, a nós, da importância que esse equilíbrio tem também na nossa vida.
Para os Celtas, estes eram dias de grande poder energético. A Mãe Natureza contorcia-se nos seus eternos movimentos cíclicos e oferecia-nos a nós a possibilidade de nos ajustarmos com ela, retificando tudo aquilo que precisa de ser equilibrado na nossa vida. O Equinócio da Primavera era uma das mais importantes festividades Celtas, chamada "Ostara", exaltando o nascimento, o renascimento da Natureza, o despertar da vida, a fertilidade. Uma vez que o dia - força masculina - tinha a mesma duração da noite - força feminina - havia um equilíbrio entre o Deus Sol e a Deusa Lua, uma sintonia entre a forças opostas da Natureza, que traria as flores e as boas colheitas.
O calendário astrológico começa em março, no momento do Equinócio da Primavera, que é o momento em que a Natureza "renasce", em que o Universo se concentra num novo começo. O signo que inicia o Zodíaco é Carneiro, tendo os primeiros astrólogos observado que as pessoas nascidas neste primeiro mês do ano astrológico se caraterizam pelo vigor, pela impulsividade, pelo dinamismo que caraterizam os impulsos dos começos.
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