A notícia da construção do futuro túnel de Stonehenge em 2023, nas proximidades daquele que é um dos monumentos mais visitados de Inglaterra, levou a Wessex Archaeology a realizar uma prospeção arqueológica nos terrenos do traçado da via. Ao longo de várias semanas, uma equipa de especialistas da empresa britânica realizou 1.800 pontos de sondagem e 400 escavações preliminares para definir os locais que merecem uma investigação mais aprofundada. As primeiras descobertas entusiasmam.

Para além de estruturas arquitetónicas e de túmulos da idade do bronze, incluindo o de uma criança, foram identificados chifres de cervo, restos de vasos de cerâmica, fragmentos de um gancho em cobre e um utensílio em xisto que pode ter sido parte ingrante de um bastão usado num ritual milenar. "Descobrimos muitas coisas, vestígios de pessoas que viveram naquela zona durante milhares de anos e artefactos da sua vida quotidiana naquela altura", revelou publicamente o arqueólogo Matt Leivers.

Numa das extremidades do futuro túnel, uma obra que tem sido alvo de grande polémica em Inglaterra, foi descoberto um aterro com resíduos de sílex e valas da idade do ferro. As escavações principais, dependentes dos resultados da avaliação preliminar que está atualmente em curso, deverão arrancar ainda este ano. Os trabalhos deverão demorar cerca de 18 meses e mobilizar cerca de 150 arqueólogos. As descobertas que forem feitas serão apresentadas no Museu de Salisbury, localizado a 10 quilómetros do monumento.