Iniciamo-nos com expressões faciais, choros, risos e outros sons, e continuamos a desenvolver a capacidade de comunicar até chegar à versão ( nunca acabada nem perfeita) da linguagem verbal e escrita. Ora essa linguagem, como ferramenta que é, por vezes falha.

Ou é o emissor que se explica mal ou é o recetor que não capta a mensagem, por mais bem emitida que tenha sido.

As palavras são a mais brilhante invenção dos Homens! Desculpem-me se estou a ser obtusa mas a paixão turva-nos sempre o pensar. São as palavras que nos unem no gigante Ser que é a Humanidade. São elas que nos arrancam à ilha isolada da nossa individualidade. Por isso, após escrever 328 crónicas a um ritmo quase diário, não posso deixar-me abater ao perceber que alguma mensagem foi, ocasionalmente, mal interpretada.

E é neste momento, na crónica número 329, que páro e me pergunto:
- Porque escreves crónicas todos os dias, Ana? –
E me respondo:
- Porque gosto. Porque esta meia hora me faz feliz e me faz compreender melhor a vida e todas as suas nuances. Faço-o porque há sempre algo novo a dizer, a refletir e a partilhar.

Termino com um agradecimento muito caloroso a todos os que têm tido a paciência de me acompanhar neste processo. Um agradecimento feliz por quase todos entenderem que, por mais que às vezes os tons sejam acinzentados ou as palavras mais nostálgicas, a mensagem é sempre colorida, desafiante e repleta de significado. Palavra que sim!

  
Ana Amorim Dias