Porque é que poupamos?

Antes de avançarmos e como forma de nos motivarmos nesta ideia de poupança, é fundamental que percebamos os motivos que nos levam a poupar. Cada família terá os seus e todos eles muito válidos. Na base, contudo, costumam estar sentimentos de segurança, liberdade e independência. Aliás, o dinheiro não nos faz felizes mas ajuda muito a comprar bens e serviços que o potenciam, e nada melhor do que não termos de trabalhar para ganhar dinheiro.

Costumamos dizer que a poupança envolve algum esforço ou sacrifício, porque exige a mudança de comportamentos. Neste sentido, nada melhor do que conhecermos os motivos que nos levam a sacrificar o prazer de curto prazo. Assim, sugerimos que defina dois ou três objetivos, identificando o montante que precisa de poupar e o prazo para o atingir.

Como é que o dinheiro trabalha para nós?

Quem trabalha tem um salário. Imaginemos que o seu salário é de 15€ por hora, depois de pagos todos os impostos. Isto significa que troca uma hora da sua vida para produzir e criar riqueza para o dono da empresa para quem trabalha. Tudo bem com isso. Mas é se formos nós os donos da empresa, pelo menos em parte?

Fazendo umas contas, percebemos que se investirmos 9000€ numa aplicação que nos rende 2%, iremos receber um juro de 180€ no final de um ano. Dividindo este valor por um salário de 15€ por hora, sabemos que o nosso investimento nos rende o equivalente a 12 horas de trabalho, ou 1 dia e meio.

É interessante pensarmos desta forma. O nosso dinheiro pode trabalhar para nós e substituir-nos na geração de rendimento, sendo o seu contributo tanto maior quanto maior a taxa de retorno do nosso investimento. Assim, se conseguirmos investir o nosso capital a uma taxa de 8%, iremos receber 720€ num ano ou teremos 48 horas de trabalho. É isto que significa “pôr o dinheiro a trabalhar para nós”.

Será que é possível atingir a independência financeira?

O tema da independência financeira tem sido cada vez mais recorrente, podendo-se dizer que poderemos estar a entrar numa moda, naquele que é o movimento FIRE. Na prática, independência financeira significa que os nossos rendimentos passivos são suficientes para pagar todos os nossos custos mensais. Para tal, precisamos de:

  1. Cortar custos para aumentar a taxa de poupança;
  2. Poupar todos os meses o que conseguirmos;
  3. Investir a poupança, em aplicações com boas taxas de retorno.

É neste investimento da poupança que o dinheiro trabalha para nós. Imaginemos agora que temos um total de custos mensais de 1.500€, o que equivale a um custo anual de 18.000€. Logo, para atingirmos a chamada independência financeira precisaremos de:

O que significa por o dinheiro a trabalhar para mim?
O que significa por o dinheiro a trabalhar para mim? créditos: Reorganiza

Olhar para estes valores pode ser avassalador. É verdade. Não é fácil conseguirmos estes valores, poupando todos os meses durante pouco tempo. Para conseguirmos uma poupança tão elevada, temos de mudar a forma como fazemos as coisas. Poupar mas, acima de tudo, investir.

Há alguma forma mais rápida de atingir estes valores?

Temos falado várias vezes sobre formas alternativas de encontrar capital para investir. Nesse contexto, temos mostrado as vantagens do investimento imobiliário e do recurso a crédito habitação para alavancar os retornos. De facto, com o nível de rendas em Portugal, não é muito difícil obter rendas elevadas. Fazendo algumas contas, percebemos que conseguimos obter rendimentos passivos com um investimento de capitais próprios que é uma fração do referido acima (porque o banco nos empresta o restante, com taxas de juro cada vez mais baixas).

Do exposto, concluímos que com algum conhecimento/literacia financeira e com alguma criatividade, conseguimos atingir a liberdade financeira, apesar de poder demorar algum tempo. Para os menos ambiciosos, é possível pôr o dinheiro a trabalhar para nós e com isso obter algum desafogo financeiro. O mais difícil é começar, pelo que recomendamos que procure quem o possa orientar neste processo.