Olivier Rousteing cresceu em Bordéus, mas mudou-se para Paris onde estudou na Ecole Supérieure des Arts et Techniques de la Mode, antes de começar a sua carreira como designer de moda na maison de Roberto Cavalli. Em meados de 2011, com apenas 25 anos foi nomeado diretor criativo da Balmain, marca fundada em 1945 por Pierre Balmain. Com umas maçãs de rosto esculturais, é tão jovem e bonito que é fácil confundi-lo com um modelo, pelo que serve de publicidade ambulante para si próprio.
Para si próprio e para a Balmain. Além disso, rodeia-se de amigos como Kanye West, Kim Kardashian e as irmãs Kylie e Kendal Jenner. Tem também mais de um milhão de seguidores no Instagram, onde a sua vida glamorosa é largamente documentada. A Balmain passou por tempos difíceis antes de Olivier Rousteing. O falecido Oscar de la Renta foi responsável pela alta-costura da marca, mas a linha foi encerrada há cerca de uma década.
Até que, na metade do início do milénio, a maison francesa volta a ganhar proeminência graças ao designer Cristophe Decarnin, que na altura ficou conhecido por instigar um estilo que fazia referência à herança couture de Balmain, recorrendo a muitos bordados e preços astronómicos, mas fundindo-a com influências de rock star. Christophe Decarnin criou coleções inspiradas em Sid Vicious, em Prince e nos casacos usados por Michael Jackson nos anos áureos da década de 1980.
Um pupilo (quase) desesperado para suceder ao mestre
Cristophe Decarnin deixa a marca ao sofrer um colapso nervoso após a apresentação da coleção de outono/inverno em 2011. Foi nessa altura que as rédeas foram entregues a Olivier Rousteing, então seu assistente. Mas a verdade é que o criador estava ansioso para assumir o leme. Apesar do estilo Balmain estar estabelecido, Olivier Rousteing deu o seu toque pessoal à linha, tal como sucede com a coleção infantil inspirada na filha de Kim Kardashian e Kanye West que a marca pretende lançar em junho de 2016.
«Claro que eu regresso sempre aos arquivos e olho para a história da casa. Não me quero distanciar da estética da Balmain», referiu, na altura, ao The Cut. «Acho que a minha estética é algo que Pierre Balmain faria», considera. Quando inventou a Jolie Madame ou quando vestiu as mulheres do jet-set... Mas preciso de amadurecer e ver coisas diferentes», assumia.
«Paris não é mais tão inspiradora, acho», criticava Olivier Rousteing. «Por isso, preciso de abrir a minha mente e deixar o passado. Sou francês, mas isso não importa. Adoro a nossa tradição, mas, hoje, o luxo e a qualidade não têm fronteiras. Quero misturar ideias e culturas», referia ainda na entrevista.
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O percurso do génio da nova geração Balmain
Inicialmente, Olivier Rousteing tentou a faculdade de direito, deixando-a para estudar moda em Paris. Depois, mudou-se para a Itália, onde trabalhou com Roberto Cavalli, chegando a comandar o prêt-à-porter. «Deixei França aos 18 anos, para passar cinco ou seis anos fora. Itália ensina-nos a ser comerciais. A Cavalli é um império enorme», reconhece. «Ensinou-me muito sobre ser destemido e criativo, a fazer muitas coleções por ano», explica Olivier Rousteing.
«Mas não me ensinou sobre bom gosto», critica. «Eu não aprovava o que Cavalli fazia. Adoro o Cavalli do passado», desabafa o criador. Entre os consumidores da Balmain está a pop star Rihanna, que se tornou o rosto não oficial da marca. No verão de 2015 foi modelo das campanhas Balmain, vestindo couro, jeans e xadrez. A cantora nasceu em 1988 e é da mesma geração de Olivier Rousteing.
Fast fashion + high fashion
«Acho que foi Coco Chanel que disse que, se formos originais, temos de estar preparados para sermos copiados. Adoro ver a montra da Zara com as minhas roupas misturadas com outras de Céline e de Proenza Schouler. Acho isso genial. Eles são rápidos, têm grande sentido de styling e sabem o que retirar de cada designer. Fico feliz que a Balmain seja copiada», admite Olivier Rousteing.
Curiosamente, foi com o gigante sueco de fast fashion que o criador estabeleceu uma parceria, juntando-se, assim, a grandes nomes da indústria da moda que colaboraram anteriormente com a H&M, como Karl Lagerfeld, Stella McCartney, Viktor & Rolf, Matthew Williamson, Comme des Garçons, Lanvin, Versace, Maison Martin Margiela e Alexander Wang, entre outros. A coleção-cápsula de luxo que criou para o outono/inverno 2015/16 com a etiqueta da casa francesa Balmain com a H&M, lançada a 5 de novembro de 2015, em cerca de 250 lojas H&M em todo o mundo e online, esgotou num ápice.
A coleção incluía vestuário, sapatos e acessórios para homem e senhora. As primeiras peças de senhora foram reveladas pelas modelos Kendall Jenner e Jourdan Dunn na passadeira vermelha dos prémios da revista norte-americana Billboard. Kendall Jenner vestia um vestido curto em veludo azul escuro bordado com pérolas brancas e Jourdan Dunn uma minissaia em cetim vermelho, cinto largo dourado e um top com detalhes entrançados e metálicos.
Olivier Rousteing acompanhou-as, também ele vestido com peças da coleção masculina Balmain x H&M. As cores? Uma base preta com pinceladas metalizadas e alguns apontamentos de verde caqui, azul escuro e vermelho. Para Olivier Rousteing, esta colaboração foi um sonho. «Quando se faz uma colaboração com a H&M dá-se um grande passo na indústria da moda», considera.
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A musa inspiradora da nova coleção da casa Balmain
O sucesso da parceria com a H&M deu-lhe vontade de fazer mais. North West, filha de Kim Kardashian e Kanye West, é a musa inspiradora da nova coleção infantil, a primeira da marca, que a Balmain vai lançar em junho de 2016. «É uma grande conquista, profissionalmente e, também, pessoalmente», refere Olivier Rousteing.
«Quando trabalhamos numa casa de moda de luxo, não temos tantas lojas e a visão não é o mundo inteiro. Com a H&M, sabemos que somos parte do mundo, tocamos todos os continentes... Foi um grande e bom desafio», assegura o criador.
Os próximos meses continuarão a ser de desafios. «Não quero perder o lado artesanal, nem a riqueza ou o glamour da casa Balmain. Mas também quero falar com as pessoas que andam nas ruas, de diferentes idades. Mantive o glamour e a riqueza, mas dei-lhe uma volta», sublinha o estilista.
Texto: Joana Brito
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